No último dia 20
estive em Itabaiana para o lançamento de dois livros: Artistas de Itabaiana, de
Fábio Mozart e Itabayanna Entre Fatos e
Fotos, da autoria de Romualdo Palhano. São dois pesquisadores da maior
importância para a cultura da Rainha do Vale do Paraíba.
Lá se encontravam
pessoas representativas das letras itabaianense. O que me chamou a atenção foi
não apenas os escritos oferecidos por esses vates, mas sobretudo a preocupação
com o resgate da cultura popular, com a apresentação, mesmo em vídeo, do coco
de rodas, para que as novas gerações não se esqueçam das suas raízes.
O presidente da
Associação Paraibana de Imprensa, Damião Ramos Cavalcanti, “cidadão
honorário” itabaianense, quando de sua
fala fez uma retrospectiva de dois paraibanos ilustres: Ariano Suassuna,
defensor intransigente das manifestações populares brasileiras e José Lins do
Rego, escritor pilarense, lido e
laureado em todos os continentes do planeta terra.
Pois bem. Fábio e o
Professor Doutor Palhano seguem a mesma trilha de Zé Lins do Rego, autor que
escreveu seu primeiro romance Menino de Engenho, tendo como pano de fundo a
cidade de Itabaiana e seus arredores. É impressionante a magia que tem essa
cidade para as letras, tanto é que os três não são naturais da Terra de Zé da
Luz, mas captam e sentem no ar a inspiração que tantos outros filhos da terra
tiveram e têm para a poesia, a prosa e as artes de um modo geral.
Durante o evento
também registrei as presenças dos irmãos Orlando e Agenor Otávio, dois filhos
da terra, poetas da melhor espécie. Ao
lado deles, vale registrar a presença de Jessier Quirino, há algum tempo
radicado na terra de Ratinho, onde foi beber da mesma fonte, e hoje faz sucesso
com sua arte Brasil afora. Naquele sarau deu para entender porque tanta gente
desperta a veia artística quando chega à Terra de Sivuca. Essa turma junta a fome com a vontade de
comer.
Na minha humilde
percepção, com a leitura dos dois livros, pelo número de literatos e artistas
revelados, não me resta outra alternativa, senão sugerir aos interessados na
continuidade da cultura viva da nossa terrinha, seja criada a Academia
Itabaianense de Letras e Artes, com o propósito de promover e consolidar a
literatura e as artes da nossa cidade, tão esquecidas pelo poder oficial, mas
não pelo poder real de seus artistas.
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