quinta-feira, 3 de julho de 2014

Academia Itabaianense de Letras e Artes

Por Joacir Avelino



No último dia 20 estive em Itabaiana para o lançamento de dois livros: Artistas de Itabaiana, de Fábio Mozart e  Itabayanna Entre Fatos e Fotos, da autoria de Romualdo Palhano. São dois pesquisadores da maior importância para a cultura da Rainha do Vale do Paraíba. 

Lá se encontravam pessoas representativas das letras itabaianense. O que me chamou a atenção foi não apenas os escritos oferecidos por esses vates, mas sobretudo a preocupação com o resgate da cultura popular, com a apresentação, mesmo em vídeo, do coco de rodas, para que as novas gerações não se esqueçam das suas raízes.

O presidente da Associação Paraibana de Imprensa, Damião Ramos Cavalcanti, “cidadão honorário”  itabaianense, quando de sua fala fez uma retrospectiva de dois paraibanos ilustres: Ariano Suassuna, defensor intransigente das manifestações populares brasileiras e José Lins do Rego, escritor pilarense, lido e  laureado em todos os continentes do planeta terra.

Pois bem. Fábio e o Professor Doutor Palhano seguem a mesma trilha de Zé Lins do Rego, autor que escreveu seu primeiro romance Menino de Engenho, tendo como pano de fundo a cidade de Itabaiana e seus arredores. É impressionante a magia que tem essa cidade para as letras, tanto é que os três não são naturais da Terra de Zé da Luz, mas captam e sentem no ar a inspiração que tantos outros filhos da terra tiveram e têm para a poesia, a prosa e as artes de um modo geral.

Durante o evento também registrei as presenças dos irmãos Orlando e Agenor Otávio, dois filhos da terra, poetas da melhor espécie.  Ao lado deles, vale registrar a presença de Jessier Quirino, há algum tempo radicado na terra de Ratinho, onde foi beber da mesma fonte, e hoje faz sucesso com sua arte Brasil afora. Naquele sarau deu para entender porque tanta gente desperta a veia artística quando chega à Terra de Sivuca.  Essa turma junta a fome com a vontade de comer.

Na minha humilde percepção, com a leitura dos dois livros, pelo número de literatos e artistas revelados, não me resta outra alternativa, senão sugerir aos interessados na continuidade da cultura viva da nossa terrinha, seja criada a Academia Itabaianense de Letras e Artes, com o propósito de promover e consolidar a literatura e as artes da nossa cidade, tão esquecidas pelo poder oficial, mas não pelo poder real de seus artistas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário