Hoje, 15 de agosto, estou muito
atarefado, cumprindo pauta em site e jornal de Cabedelo, tentando fechar
parcerias em Itabaiana para o projeto “Cavalo Marinho do mestre Ciço” e vendo
pendências administrativas de outros projetos com o meu contador Paulo Rodrigues, um cara bom como profissional e
como pessoa humana. Aproveito e já faço um Merchandising
do Paulo, um ótimo perito contador que você pode contratar pelo telefone
(83) 3222.6131.
Portanto, deixo com vocês uma
carta que minha comadre Adriana Felizardo escreveu para a cantora e compositora
paraibana Cátia de França, que achei interessante. Em tempo: Cátia tem um disco
chamado “Itabaiana” onde ela interpreta canção de sua autoria falando da minha
cidade adotiva. Um primor de poema sobre a terra de Sivuca.
Querida Cátia de França:
Tenho para mim que comecei a
gostar de sua música muito cedo, não sei ao certo em que tempo. A princípio, a
sua voz diferenciada, sua maneira de interpretar, e depois prestando atenção
nas letras de suas músicas, de uma poesia ríspida, um versejar áspero e
cortante como o vento nas quebradas do sertão no estio.
Cátia, antes da mediocridade da
indústria cultural me alcançar, dei fé do seu canto na Rádio Tabajara. Procurei
e achei o disco de vinil em um sebo, gravei, botei no CD e ta lá no cantinho
das preciosidades.
Nessa carta vai meu
agradecimento porque você ajudou a construir minha visão estética em música.
Ouvi uma entrevista sua no rádio, tocando violão e cantando, gargalhando e
debochando, sendo você mesma, uma figura alegre e sempre além do seu tempo.
Soube que você domina a percussão, a flauta, o piano e a sanfona. Com esses
instrumentos e sua visão de poeta, desenhou as “vinte palavras em torno do sol”
que chegou a embeber em líquido sonoro os “cristais de sangue”.
Estou “Feliz demais” por saber
que lerá minha carta, de uma fã desde menina. “O bonde” dessa toada catiana
atrai “Quem vai, quem vem” até no “Porto de Cabedelo”, metendo verso “Ensacado”
no porão do navio da poesia paraibana de qualidade. Até em “Itabaiana” se ouviu
seu grito de “Kukucaia” e seus gemidos no “Coito das araras”. “Os galos”, como dizia o poeta, não tecem
sozinhos uma manhã, pois só com uma guerreira dessas se pode soltar o grito de
resistência: “Sustenta a pisada”.
Finalmente, Cátia de França que
é Catarina Maria de França Carneiro, meu salve pra você, com a legítima
aspiração de que sua produção de ouro sonoro tenha continuidade por muitos anos
ainda. A Paraíba não conhece Cátia de França porque a Paraíba não se dá a
conhecer profundamente, e isso é lamentável, trágico. No dia em que nossa
juventude abrir os olhos, ouvidos e mentes para a obra dessa Cátia de França,
aí seremos realmente livres da dependência e sujeição da mediocridade geral que
nos emburrece e nos torna inferiores.
Um forte abraço de
Adriana Felizardo
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