Vital Alves (ao centro) com o pessoal do projeto Paraíba Cine Senhor |
Essa
frase está no livro “História do cerco de Lisboa”, de José Saramago. Expressão
poética que é lugar comum na obra do grande escritor português. Acho que ler
esse cara foi meio que determinante na minha forma de ver a literatura,
cinquenta anos depois de ter contato pela primeira vez com uma obra literária,
que foi “Reinações de Narizinho”, do Monteiro Lobato.
Hoje
minha cabeça de leitor já é um fruto maduro, depois de conhecer os livros de
Saramago. Mas recomeçar é preciso. Sei que em algum lugar do mundo tem um homem
ou uma mulher produzindo uma obra de arte “definitiva”. Um batalhão de
compositores de música, por exemplo, trabalha em novas canções todos os dias. Perseguem
o sonho da obra perfeita, do inusitado, da originalidade. Essas pérolas não
surgem com facilidade nem são oferecidas ao grande público. A atual realidade
do mundo da canção dá pena. É espantoso o crescimento da mediocridade,
incentivado por uma indústria cultural interessada apenas no lucro fácil.
Na
cidade de Itabaiana (PB), um grupo de pessoas comprometidas com a cultura
fundou o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, tendo como meta principal
incentivar a produção e o consumo de bens culturais. Cada um dos participantes
comunga a tarefa de difundir nossos artistas e sua produção. Em busca desse
objetivo, foi criado recentemente o Fórum Permanente de Artistas e Produtores
Culturais da cidade.
Parecemos
poderosos. E somos, na medida em que, do nada, já produzimos um programa de
rádio, um jornal, dois documentários, uma peça teatral, uma feira de artesanato
e dois livros. A partir do talento e dedicação do músico Vital Alves, já temos
uma orquestra de violões formada por jovens que revelam sentimento artístico e
amor pelo instrumento. Com essa rapaziada vamos formando um elo, juntando os
artesãos, atores e músicos da categoria do já citado Vital Alves.
Os
encargos e prazeres de coordenar um troço desses só quem sabe sou eu. Mas vale
a pena devido ao crescimento interior que se verifica no sujeito que se mete de
corpo e alma numa aventura desse tipo. É algo assim como “lume pálido na
luminosa escuridão”, gratificante na medida em que vemos surgir um compositor
como Vital Alves, autor das músicas que fazem parte do espetáculo “Vitalidade”,
que ele vai mostrar no dia 10 de maio na livraria O Sebo Cultural, com seus alunos do Ponto de Cultura. Fazem parte
do novo CD de Vital, a ser lançado brevemente. São canções dignas de constar no
repertório de qualquer grande artista da música popular brasileira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário