O jovem Rafael (de boné branco) pediu à mãe para fazer o curso de teatro |
É como diz compadre
Valber Matos, do Ponto de Cultura Estação Cultura, em Sousa: “Democracia no
fazer cultural se pratica aqui.” O Ponto
de Cultura Cantiga de Ninar está inscrevendo para sua oficina de iniciação
teatral e a procura é grande! Os nossos jovens têm sede de conhecimento. Nosso
papel é acender a chama criadora e transformadora dos jovens.
A juventude ainda não
entrou nesse marasmo onde vivemos, nessa fase da vida em que a gente se
desilude e começa a perder força, energia criativa. Com 58 anos, ainda sou
jovem porque não apaguei ainda todos os meus sonhos transformadores. Por isso,
gosto de trabalhar com a mocidade, dar surporte através do Ponto de Cultura a
quem quer aprender, estudar arte, fazer cultura viva.
Rafael Lucas é um rapaz de 15 anos de idade,
mora no Conjunto Costa e Silva, em Itabaiana, sobrinho do meu compadre Osório
Cândido. Sua mãe, sem embaraço, me procurou para matricular o filho no curso de
teatro. Disse que é desejo do menino fazer teatro, e graças à generosidade do
projeto do “Cantiga de Ninar”, vai poder estudar esta arte cênica, sem pagar
nada. Rapazes e moças do Açude das Pedras, do Jucuri e outros bairros
proletários da cidade já estão se inscrevendo. O acesso à educação constrói, a despeito das
diferenças próprias de nossa origem, como classe social, religião ou gênero. O
meio artístico e cultural é um ambiente em que podemos ser todos iguais. O
conhecimento oferece oportunidades e permite a igualdade.
Para mim, fazer cultura é isso. Nada contra, mas investir em festas de
rua com bandas famosas não é bem o que entendo por produzir cultura. Esses
eventos colocam os indivíduos na posição de espectadores. Os jovens têm sede de
protagonismo, eles querem imprimir sua marca. É isso que a gente propõe: o
jovem fazendo teatro, cinema e música, motivado pelo prazer da realização
pessoal.
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