Xilogravura de Josafá de Orós |
PELEJA DE SANDER LEE E FÁBIO MOZART NA FEIRA DE ITABAIANA
MOTE: O universo da feira
Cantador nenhum não canta
Poeta, siga em frente
No embalo do meu pinho
Vamos cortar o caminho
Entrando noutra vertente
E para ser coerente
Meu poetar se levanta
Com um ronco na garganta
Que estremece a ribeira
O universo da feira
Cantador nenhum não canta.
Na
cadência de um martelo
Ou
na marcha da sextilha
No
quadrão, em qualquer trilha
Eu
seguro esse duelo
Se
você brincar eu melo
A
sua fama que espanta
Pois
meu cartaz se agiganta
Desrespeitando
fronteira
O
universo da feira
Cantador
nenhum não canta.
Na
feira tem poesia
E
um festival de cheiro
O
ceguinho no pandeiro
Multidão
e carestia
Tudo
isso é alquimia
Que
no cérebro se implanta
Faz
mixagem e a Musa canta
Com
imagens de primeira
O
universo da feira
Cantador
nenhum não canta.
O
pião na feira roda
Galo
canta e a gata mia
Se
ouve o chiar da jia
O
camelô cria moda
A
difusora incomoda
Com
um ruído que espanta
Rato,
peba e salamanta
São
chamariz de primeira
O universo
da feira
Cantador
nenhum não canta
Feira
quando é mesmo boa
De
Natal ou ano novo
Grana
no bolso do povo
Nesse
dia a “paia avoa”
Sem
faltar uma pessoa
A
cidade se levanta
Barraqueiro
vende “fanta”
Como
água em cachoeira
O
universo da feira
Cantador
nenhum não canta
Quando
eu era pequenino
Botava
o banco de Joana
Minha
vó em Itabaiana
Junto
com ave e caprino
Ela
vendia com tino
O
café, almoço e janta
No
“hotel” daquela santa
Era
grande a fumaceira
O
universo da feira
Cantador
nenhum não canta.
F. Mozart
Nenhum comentário:
Postar um comentário