sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Visita do “grande timoneiro” à Paraíba

Da esquerda para a direita: Arnaud Costa, Ulisses Guimarães, Candinho e Waldir Bezerra

O fotógrafo aprisionou esse momento de encontro de quatro políticos, numa tarde ensolarada de João Pessoa, aeroporto Castro Pinto. O profissional foi cobrir a visita que fazia à Paraíba o presidente do Movimento Democrático Brasileiro, deputado federal Ulisses Guimarães, depois chamado de Senhor Diretas, por causa de sua luta em favor das eleições diretas no Brasil, uma espécie de consciência moral da Nação, um dos maiores políticos brasileiros.

Meu pai, Arnaud Costa, em plena militância política, posou ao lado de outra reserva moral, o deputado estadual Waldir Bezerra. Entre eles, Candinho, político de Itabaiana que entraria na história como um ótimo candidato a prefeito que jamais se elegeu, apesar das muitas tentativas.

Cada um com seu estilo e suas circunstâncias, os quatro fazem parte daquela tropa de homens de bem que compunha a resistência democrática nos anos de chumbo da ditadura militar. Os quatro lutaram contra o arbítrio e a prepotência, “sem medo e sem ódio”, como se dizia na época. Eram ativistas dos direitos civis e defensores da democracia. Meu pai, excelente rábula, defendia os pobres nos tribunais, numa época em que não havia defensores públicos.

Esses homens combateram o bom combate. Só um deles ainda resta vivo, justamente meu pai, ainda lúcido. Domingo passado fiz outra entrevista com ele, das muitas que venho fazendo, para quem, sabe publicar livro com suas memórias.

Foi nessa ocasião que os políticos paraibanos conheceram de perto o grande timoneiro da Constituinte e do movimento das diretas. O rábula e os advogados da foto são uma espécie de símbolo de uma época em que era preciso defender o estado de Direito e as liberdades democráticas com risco da própria vida. São heróis, gigantes morais. Alberico dos Santos disse, após a morte de Ulisses: “Alguém já lamentou a pátria que não precisa de heróis. Mas triste é a pátria que não possui um Ulisses Guimarães entre seus filhos.” Eu completaria: o que seria da Paraíba, especificamente de minha terra, sem a história de vida de Waldir Bezerra, Candinho e Arnaud Costa?


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