Da esquerda para a direita: Arnaud Costa, Ulisses Guimarães, Candinho e Waldir Bezerra |
O fotógrafo aprisionou esse
momento de encontro de quatro políticos, numa tarde ensolarada de João Pessoa,
aeroporto Castro Pinto. O profissional foi cobrir a visita que fazia à Paraíba
o presidente do Movimento Democrático Brasileiro, deputado federal Ulisses
Guimarães, depois chamado de Senhor Diretas, por causa de sua luta em favor das
eleições diretas no Brasil, uma espécie de consciência moral da Nação, um dos
maiores políticos brasileiros.
Meu pai, Arnaud Costa, em
plena militância política, posou ao lado de outra reserva moral, o deputado
estadual Waldir Bezerra. Entre eles, Candinho, político de Itabaiana que
entraria na história como um ótimo candidato a prefeito que jamais se elegeu,
apesar das muitas tentativas.
Cada um com seu estilo e suas
circunstâncias, os quatro fazem parte daquela tropa de homens de bem que
compunha a resistência democrática nos anos de chumbo da ditadura militar. Os
quatro lutaram contra o arbítrio e a prepotência, “sem medo e sem ódio”, como
se dizia na época. Eram ativistas dos direitos civis e defensores da
democracia. Meu pai, excelente rábula, defendia os pobres nos tribunais, numa
época em que não havia defensores públicos.
Esses homens combateram o bom
combate. Só um deles ainda resta vivo, justamente meu pai, ainda lúcido.
Domingo passado fiz outra entrevista com ele, das muitas que venho fazendo,
para quem, sabe publicar livro com suas memórias.
Foi nessa ocasião que os
políticos paraibanos conheceram de perto o grande timoneiro da Constituinte e
do movimento das diretas. O rábula e os advogados da foto são uma espécie de símbolo
de uma época em que era preciso defender o estado de Direito e as liberdades
democráticas com risco da própria vida. São heróis, gigantes morais. Alberico
dos Santos disse, após a morte de Ulisses: “Alguém já lamentou a pátria que não precisa de
heróis. Mas triste é a pátria que
não possui um Ulisses Guimarães entre seus filhos.” Eu completaria: o que seria
da Paraíba, especificamente de minha terra, sem a história de vida de Waldir
Bezerra, Candinho e Arnaud Costa?
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