Galera do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar fazendo seresta
no coreto centenário de Itabaiana
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O coreto de Itabaiana merecia retumbantes comemorações pelo
seu centenário, neste 2014. Mas, é perfeitamente compreensível que a gente se
defronte com a triste realidade da ausência de nossa banda filarmônica, irmã de
alma do velho coreto, aquele conjunto que emprestava vida à pracinha com as
retretas domingueiras, a banda que levava a cultura musical para a juventude.
Os tempos são outros, poucos são os engajados na defesa de nossas tradições,
novas e estúpidas são as opções estéticas e artísticas do povo. Um ou outro
gato pingado ainda respira com a ambição de construir a própria identidade
local, na terra que viu nascer Sivuca, Ratinho, Artur Fumaça, Vladimir Carvalho
e Zé da Luz.
Alguns desses apaixonados e militantes pela cultura de sua
aldeia estão no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar. Entre eles o ator e arte
educador Edglês Gonçalves, o violonista e artesão Rosival, o artista gráfico
Adilson Adalberto, o compositor Orlando Otávio e o maestro Josino Mendes. Eles
e demais pontistas se incorporaram ao centenário do coreto. Como não poderia
deixar de ser, é com música que a galera ocupa o coreto. Já fizeram recitais e
saraus, a dizer que nosso coreto permanece vivo, agora sem os concertos, festas
e romarias, mas ainda acolhendo seus artistas.
No Ponto, a galera mostra-se ativa, produzindo,
articulando-se com as cidades vizinhas, avidamente desejando mostrar seu
trabalho e seu valor. Tem gente nossa trabalhando em Pilar, Juripiranga e
Salgado de São Félix. No dia 14 de outubro, é a Orquestra de Violões que vai
tocar em evento público em Pilar. Juripiranga ganha aulas de teatro do ator
Edglês, e assim estamos presentes no cenário local e regional. Vejo que o
pessoal passa a direcionar um olhar mais estético e histórico sobre esse
patrimônio tão valioso que é nosso coreto. Ele é o símbolo maior da cultura
dessa bonita cidade. Precisa de restauro e de consideração.
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