Bilunga dando aula com novas turmas de concurseiros de Itabaiana |
Não se pode mudar a realidade do mundo, mas deve-se fazer
um esforço. Esse pensamento serve de leitmotiv
para a vida de muita gente, incluindo meu compadre Severino Lourenço, uma
vida que ele tem aplicado não em desenvolver teses ou criticar A ou B, mas à
prática de realmente educar, aquele que “aprende ao ensinar e ensina enquanto
aprende”, conforme Paulo Freire, e mais ainda, é aquele que ensina sem querer
nada em troca, a não ser a satisfação de ver seu aluno progredindo na vida.
Lição clara de uma vida de educador que utiliza seus domingos para ensinar
matemática, física e português para turmas de jovens que se preparam para
concursos públicos, sem cobrar nada. Já ajudou muita gente a conseguir seu
emprego, abrindo perspectivas divinas numa cidade que não oferece quase nenhuma
oportunidade de sobrevivência digna para seus moradores jovens.
Esse professor Bilunga, como é mais conhecido, vive na
cidade Itabaiana do Norte, onde a Prefeitura local pretende gastar oito milhões
e meio de reais neste ano de 2014, dotação orçamentária da Secretaria de Educação.
Imaginem vocês essa bolada nas mãos de um cara como Bilunga. Porque, sem nenhum
tostão, ele já emprega sua rara energia de mestre na difusão do conhecimento em
ambientes emprestados e escolas particulares, com oito milhões eu tenho
absoluta certeza de que ele iria animar de tal forma a equipe pedagógica local,
os professores e funcionários da rede pública, com a bandeira de seu ideal, e
procuraria atender com a maior eficiência e cuidados possíveis as metas de
ensino, a fim de dignificar a pessoa humana que merece que seus direitos sejam
assegurados e atendidos. Para isso, dinheiro oficial não falta.
Eu no cargo de prefeito da cidade, nomeava professor
Bilunga como Secretário de Educação. Ele tem uma visão de educação que é
fundamental para uma cidade pobre e sem perspectiva para sua juventude. É um
dos que acreditam que o ensino deve correr paralelo com lições de
sobrevivência, aquilo que modernamente chamam de desenvolvimento humano sustentável,
ensinando novas atitudes e contribuindo para modificar positivamente as
condições de vida, trabalho e renda das pessoas que convivem nessa comunidade.
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