"É
fácil amar a humanidade; difícil é amar o próximo”, escreveu o genial Nelson
Rodrigues.
A
inveja tem o sono leve. Todo mundo tem ou terá inveja de alguém nessa vida
besta e pequena, de seres ridículos e medíocres, incluindo o autor dessa frase
de pára-choque de caminhão. Nesse Natal,
inveje o peru do seu vizinho e a perereca da vizinha, a peruca do artista e a
putaria de Madame Preciosa, uma mulher decente em sua indecência livre de
hipocrisia.
“A vida
é curta, tenha um caso”, dizia um cartaz em Nova York, no Natal de 2012. Causou
escândalo naquele que é, talvez, o povo mais hipócrita do universo. Estímulo à
infidelidade é o processo eleitoral brasileiro! Tenha um caso neste Natal, nem
que seja com Ameba, um canalha sincero e popular.
Neste
Natal, não me venha com cartão nem com frase de efeito moral broxante. Não me deseje feliz natal; apenas me deseje,
se for mulher, e me respeite, se for homem.
E se
você for de Itabaiana do Norte, na Parahyba, não deixe de ler ou reler essa
obra prima de conto natalino: http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/1575658
Então é
Natal, não me mande flores, nem aquelas horrorosas cestas. Mande para as
Filipinas, pra ajudar as vítimas do tufão. Melhor, ajude aquela mulher pobre a
fazer seu pré-natal.
Papai
Noel é um falso, canalha velho, rato sujo representante da Coca-Cola. Não deixe seu filho com esse fí de rapariga
pedófilo.
E se aquela Simone aparecer cantando “Então é
Natal”, pode atirar que o crime é afiançável.
Pior do que os comerciais de Natal são as
caixinhas do Natal dos empregados e os textos idiotas dos cartões, os carros de
som dos políticos lhe desejando feliz Natal e a canalhice do comércio que
aumenta os preços das mercadorias para aproveitar o “espírito natalino” dos
babacas.
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