O cachorro já foi embora? |
“Fábio, que maravilha a
crônica sobre nossa querida amiga Dorinha. Dei boas gargalhadas, pois conheço
de perto essa história e principalmente o ‘Silva Júnior’ autor dos polêmicos
versos. - Abraços, Antonio Costta”
Meu compadre Costta,
retribuo o amplexo e veja só: o “Silva Júnior” deve ser pseudônimo, porque ele
teve medo do cachorro e não assumiu a autoria dos versinhos anticlericais.
Aliás, quem não tem medo do
cachorro? O prefeito de Cabedelo correu com medo da responsa, dos agiotas, da
máfia ou da super onda que vaga por aí nas gestões municipais? A verdade jamais
será dita.
Eu, de minha parte, tenho
consciência do perigo que é sair à noite, calçar sapato sem verificar se tem
escorpião e da eternidade que são as pequenas ausências. De repente, a gente
vai e não volta mais. Quem sabe, o prefeito de Cabedelo não saiu um pouco do
seu natural domínio da situação política e caiu na real do abismo que é essa
farsa toda, e de repente assinou a carta renúncia. Com Jânio Quadros, foi
assim. Uma cachaça mal tomada, e o homem não voltou mais. Nesses caso, não tem
retorno que em política, o vácuo é preenchido imediatamente.
Você vai levando a vida na
valsa, de repente se ausenta um minuto que seja, não dá mais pra retornar. E
tem o cachorro que sempre está na esquina, esperando uma bobeira, ameaçando sua
geografia, podando seus limites na circunferência do medo.
Cinofobia é o medo mórbido
dos cães. Gato entende disso muito bem. Já o rato, ficaria contente com a corda
no pescoço do gato. O cachorro vai estar sempre atrás das cercas. Alimentar os
medos, eis seu ofício. Deixá-los criar tentáculos para nos pegar no contrapé
dos pequenos vícios, dos vacilos, do acaso.
Você tem medo de que? Do passado,
do futuro, da velhice, da loucura e da morte.
O cachorro tem muitos nomes.
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