Ontem,
dediquei a tarde para visitar a exposição de arte tribal africana, na Estação
Ciência. Bem aventurado o artista que faz a arte nascer e renascer do ânimo
lúdico de cultuar seus deuses e seus costumes. Isso que leva o homem à
purificação, aqui e na mais remota aldeia, nos tempos mais recuados, cuja maré
não destruiu a beleza e o mistério dos entalhes, máscaras e esculturas das
tribos africanas.
Permita-me
o leitor que eu cite uma matéria do site da Causa Operária sobre o tema:
“O
interesse do mundo europeu pelos artefatos produzidos pelas tribos da África
Negra se inicia no final do século XIX, a partir do aprofundamento da política
colonial europeia, que gera uma maior aproximação cultural entre as potências
imperialistas europeias e as colônias africanas.
A
partir dos primeiros anos do século XX, começam a ser promovidas nas metrópoles
as primeiras grandes exposições etnográficas de objetos africanos. Inicialmente
tais objetos foram tomados como uma curiosidade exótica, mas logo uma parcela
importante de artistas de vanguarda em Paris vêm naquela cultura primitiva os
elementos que buscavam para seu processo de ruptura com as normas da cultura
burocratizada que constituía a grande manifestação da arte burguesa.
Os
artefatos africanos, por esse motivo, passaram a ser encarados a partir de
então, como um aspecto fundamental da arte moderna europeia, decisivos no
processo de transformação da arte no século XX e, por isso, anexados à tradição
geral da arte internacional.
É
por esses motivos, bem como às qualidades próprias da arte tribal africana, que
vale a pena conhecer os objetos presentes na atual exposição. Uma coleção que
foi organizada a partir da importância, não só etnográfica das peças, como
componente significativo das culturas que as produziram, mas também seguindo um
critério artístico, pela beleza e qualidades formais das obras.”
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