domingo, 19 de abril de 2020

POEMA DO DOMINGO




Sextilhas finórias de Antonio Xexéu na quarentena


Eu aqui na minha toca
Curtindo o isolamento
Pensando em fazer uma live
Com grande contentamento
Revalidando a vida
Nadando em ar pestilento

***

O Ministro Nelson Teich
foi o patife doutor
da facada de mentira
que Bolsonaro levou
avisem à vovozinha
que o lobo mau chegou.

***

Sai maneta entra vampiro
Essa troca eu arrenego
E o povo continua
Com o cu torando prego
Adianta trocar carroça
Se a porra do burro é cego?

***

Usando atribuições
Anticonstitucionais
O prefeito mandar abrir
As zonas comerciais
Para o desenvolvimento
Dos contágios infernais.

***

A moda é se fazer live
Todo mundo é expertise
É doutor cagando regra
É cantor das meretrizes
Cadê as donas mundanas
Pra fazer strip tease?

***

Saudade daquele tempo
Eu tomando coquetel
De cachaça com limão
A caipirinha com mel
Agora os tempos mudaram
Só se fala em álcool em gel

***

Só quem nunca deu um gole
Em uma cerveja choca
Ou bebeu cachaça podre
Misturada com uma coca
Não sabe o que é ter nojo
Do amor bexiga taboca.

***

Sonsinho é um bom sujeito
Mas com o quengo inconcluso
Usa todo artefato
Contra o vírus difuso
Menos a máscara que vem
Sem as instruções de uso

***

Na minha humilde morada
As coisas vão meio mal
Ta faltando mantimento
Sem farinha no bornal
Até formigas vorazes
Estão atacando o sal


***

Eu não sou um cientista
Apenas poeta anão
Mas me veio uma ideia
Para acabar com a questão:
Se o sabão mata o vírus,
Faz vacina de sabão!


***


Depois dessa minha ideia
Arrematada tolice
Ta provado plenamente
Conforme Ameba me disse:
O maior fator de risco
É mesmo nossa burrice.

***

O cachaceiro, coitado,
É o que ta mais lascado
A mulher não quer em casa
Na rua é autuado
E pra completar o drama
O bar também ta fechado.

***

Se tem problema de sarna
Sovaqueira de latrina
Bafo ruim, unha encravada
Chulé e raiva canina
Fique curado na hora
Com xarope Cloroquina.

***

O Presidente Bozó
Que foi por Deus enviado
Sendo grande curandeiro
Vem prescrevendo o achado
Cloroquina no doente
Se morrer, morreu curado!

***

O já famoso Queiroz
Até quase sem querer
Dá dica de isolamento
Mas não é dar, é vender
Pois o bicho sabe o truque
Como desaparecer.









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