O enorme intelectual Walter
Galvão ensina no velho jornal “A União” que o ato de aplaudir data de bem antes
de Jesus. Os povos muito antigos invocavam a proteção dos seus deuses ainda
mais primitivos batendo palmas, tentando espantar os demônios nas celebrações
em torno da fogueira divinizada.
Nesta agonia social em que
vive nosso povo, quero pedir um forte aplauso para um rapaz que prefere ficar
no anonimato, revestido daquela humildade dos virtuosos. Ele sabe que estou
falando de sua ação e reconhecendo seu trabalho benéfico para os que nada
possuem e vivem as piores agruras na crise sanitária, econômica e social. Sem
interesse nenhum, não é candidato a nada, não é cabo eleitoral de ninguém, sai
de casa de manhã para recolher alimentos para pessoas em situação de rua.
Arrisca sua saúde em nome da prática de uma justiça defendida por todas as religiões,
que reza: dar aos que precisam o que você tem a mais porque, se Deus deu para todo
mundo, você tendo a mais está havendo iníqua desigualdade. Quando você procura
distribuir, está fazendo justiça.
Meu herói do dia, acho que
sem nunca ter professado religião alguma, também segue o que diz a Palavra: “quando
você for ajudar, faça com humildade, dê com a mão direita o que a esquerda não
vê”. Conheci uma mulher admirável em Mari, dona Benedita Luiza, ela também de
um altruísmo magnífico. Quando ajudava alguém não queria gratidão. “Eu que devo
agradecer por você me dar a chance de fazer o que Deus mandou”, dizia ela.
Os políticos votaram uma
ajuda para quem está faminto nessa pandemia. O “evangélico” regente da
República não foi tocado pelo que diz sua religião e fica protelando o
donativo. Se não faz, é porque é indiferente ao seu próprio Livro Sagrado.
Abraçar o outro e entender as pessoas, fazer pelos outros sem esperar
recompensa, tratar seus semelhantes com dignidade, ter empatia, é o eixo de
toda religião. Meu aclamado de hoje é dessas pessoas que vivem para servir.
Aplausos gerais!
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