sexta-feira, 22 de maio de 2015

No dia do abraço

Mãe Lulu com seu filho Ravi, meu neto

Hoje sendo o dia oficial do abraço, é por acreditar em encruzilhar esquinas com gente do meu naipe que abraço meu compadre poeta Osvaldo Meira Trigueiro, estudioso e pesquisador de nossos verbos, movimentos e jeitos de estar no mundo do nordestino.

Neste dia, abraço no escuro a fina flor da raça das abelhas, minha melhor escolha nessa vida de errâncias.

Acaricio e abraço meus pais, tranquilamente vivendo e ainda saciando nossas fomes de afeto.

Em meio à pequeneza das coisas mundanas, abraço triste aquela menina que morreu na flor dos anos e deixou flores tristes em minhas mãos. E olhe que esse espetáculo aflitivo das pétalas caindo por entre os dedos já rola há mais de 40 anos.

No dia do abraço, quem mais abraçaria? Prefiro assinalar quem não abraçaria. Aquela figura que finge deitar no teu colo em nome de deuses, mães, filhos e pais, esposas e maridos, e no hálito da pessoa sentes aquele cheiro inconfundível da morte.

No mundo solitário e nu, abraço as crianças que dão sentido ao resto de nossas vidas. Abraço meu netinho Ravi.


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