quarta-feira, 13 de maio de 2015

A escravidão nunca foi extinta, diz professora paulista




  
Em 13 de maio, declararam extinta a escravidão no Brasil. Muito se dirá e se escreverá, ao longo deste dia, sobre esse momento histórico. Eu quero apenas registar alguns dados, que não aparecem comumente nas matérias sobre o tema.

O Brasil está entre os 30 países com menor índice de escravidão por habitante. Por outro lado, está em 32º lugar no ranking de 167 países em números absolutos, com mais de 150 mil pessoas vivendo como escravos.

A escravidão nunca acabou. O combate continua. Temos o “Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo” e a “Lista Suja” elaborada pelo Governo com a finalidade de identificar as empresas flagradas usando trabalho escravo diretamente, ou em sua cadeia de fornecedores, exigindo o bloqueio do acesso delas a créditos – dentre outros benefícios e sanções. Ainda milhares de brasileiros estão sujeitos ao trabalho forçado e à exploração sexual. E não são todos negros, apesar desses serem a maioria das vítimas.  Esses dados são apresentados por Maristela Basso, advogada, árbitra, professora livre-docente de Direito Internacional da Faculdade de Direito da USP.

Dia desses vi um anúncio de casal evangélico procurando menininhas de 12 anos para “adotar”. Querem que a menina cuide de um bebê, sem direito a nada, a não ser alimentação e escola. Condição análoga à de escravo. Isso porque somos um povo que conviveu com a escravidão por séculos. No inconsciente coletivo, ainda resta o “instinto” de senhor de senzala.

“A causa sagrada de Darwin” é um livro do inglês Mike Collett-White onde o autor garante que o ódio do autor da teoria da evolução pelo regime escravocrata foi fundamental para que ele desenvolvesse sua ideia que revolucionou a ciência. Ele teria trabalhado com os princípios de uma “Ciência da fraternidade”, movido por desejos e necessidades humanas, “até hoje considerados subversivos”, diz o resenhista do livro.  



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