quinta-feira, 7 de maio de 2015

Lutas políticas dos ferroviários na Paraíba

Acabo der ler “Golpe civil-militar e ditadura na Paraíba”, textos organizados por Éder Dantas, Paulo Giovani Antonino Nunes e Rodrigo Freire de Carvalho e Silva, livro da Editora UFPB que me foi gentilmente doado pelo professor José Octávio de Arruda Mello. Os trabalhos falam do ex-governador Pedro Gondim, o anticomunismo da Igreja Católica,  repressão policial, o Mobral, o movimento estudantil no tempo da ditadura, os grandes agitadores e os famosos reacionários, as músicas de protesto, as ligas camponesas e outras reflexões político-sociais daquele período de 21 anos da ditadura na Paraíba do Norte.

Aquela turma de civis que mandou e desmandou sob as botas dos generais continua hoje, os que ainda vivem, dando as cartas. Infelizmente, é essa a realidade. Quem foi fiador do Governo Fernando Henrique Cardoso? Antonio Carlos Magalhães, Jorge Bornhausen e outros cartolas menos cotados da ditadura. Lula e Dilma, do PT, encontraram em José Sarney um forte aliado e em Delfim Netto um dos seus principais conselheiros. Figuras que vieram diretamente da ditadura militar.

Sobre esse triste período, colhi no livro algumas informações interessantes, que passo para meus três ou quatro leitores. Na década de 40, a classe ferroviária era muito ativa politicamente. Quem assumia posição nos movimentos dessa categoria era o Partido Comunista Brasileiro. Em um cenário político dominado pelos poderosos grupos conservadores, esse pequeno e perseguido partido conseguiu lançar candidato a Presidente da República em 1945. O nome era o de Yedo Fiúza, que teve 9,7% dos votos nacionais. Na Paraíba, Fiúza obteve 173 votos em Itabaiana, onde funcionou o maior entroncamento ferroviário do Nordeste. Votos dos ferroviários, em sua maioria, segundo o professor José Octávio.

Na década de 1960, foi criada a Comissão Intersindical que reunia vários sindicatos na Paraíba. A partir daí, formou-se o Comando Geral dos Trabalhadores, dando apoio aos movimentos dos trabalhadores em várias categorias. Também foi criado o Pacto de Unidade e Ação, tudo isso tendo como base os sindicatos dos portuários e ferroviários de Cabedelo. Quando foi dado o golpe, esses sindicatos foram extintos. Só em 1985, eu e alguns colegas ferroviários refundamos o sindicato da categoria que existe até hoje.

Amanhã continuo com as observações a partir da leitura do livro “Golpe civil-militar e ditadura na Paraíba”.




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