Acabo der ler
“Golpe civil-militar e ditadura na Paraíba”, textos organizados por Éder
Dantas, Paulo Giovani Antonino Nunes e Rodrigo Freire de Carvalho e Silva,
livro da Editora UFPB que me foi gentilmente doado pelo professor José Octávio
de Arruda Mello. Os trabalhos falam do ex-governador Pedro Gondim, o
anticomunismo da Igreja Católica,
repressão policial, o Mobral, o movimento estudantil no tempo da
ditadura, os grandes agitadores e os famosos reacionários, as músicas de
protesto, as ligas camponesas e outras reflexões político-sociais daquele
período de 21 anos da ditadura na Paraíba do Norte.
Aquela turma de
civis que mandou e desmandou sob as botas dos generais continua hoje, os que
ainda vivem, dando as cartas. Infelizmente, é essa a realidade. Quem foi fiador
do Governo Fernando Henrique Cardoso? Antonio Carlos Magalhães, Jorge
Bornhausen e outros cartolas menos cotados da ditadura. Lula e Dilma, do PT,
encontraram em José Sarney um forte aliado e em Delfim Netto um dos seus
principais conselheiros. Figuras que vieram diretamente da ditadura militar.
Sobre esse
triste período, colhi no livro algumas informações interessantes, que passo para
meus três ou quatro leitores. Na década de 40, a classe ferroviária era muito
ativa politicamente. Quem assumia posição nos movimentos dessa categoria era o
Partido Comunista Brasileiro. Em um cenário político dominado pelos poderosos
grupos conservadores, esse pequeno e perseguido partido conseguiu lançar
candidato a Presidente da República em 1945. O nome era o de Yedo Fiúza, que
teve 9,7% dos votos nacionais. Na Paraíba, Fiúza obteve 173 votos em Itabaiana, onde funcionou o maior entroncamento ferroviário do Nordeste. Votos dos
ferroviários, em sua maioria, segundo o professor José Octávio.
Na década de
1960, foi criada a Comissão Intersindical que reunia vários sindicatos na Paraíba.
A partir daí, formou-se o Comando Geral dos Trabalhadores, dando apoio aos
movimentos dos trabalhadores em várias categorias. Também foi criado o Pacto de
Unidade e Ação, tudo isso tendo como base os sindicatos dos portuários e
ferroviários de Cabedelo. Quando foi dado o golpe, esses sindicatos foram
extintos. Só em 1985, eu e alguns colegas ferroviários refundamos o sindicato
da categoria que existe até hoje.
Amanhã continuo
com as observações a partir da leitura do livro “Golpe civil-militar e ditadura
na Paraíba”.
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