Esse locutor ansioso que vos fala, aboletado no estúdio da Rádio Web Comunitária Porto do Capim, insofrido porque não posso me ligar com todos os canais do planeta. (Foto: Beto Palhano) |
Em minha humilde opinião, acho que
estou doidão. Dei-me conta de que ando com fortes crises de ansiedade.
Desconforto, porque você fica assim feito mosquito em praia de nudismo, sem
saber onde pousar.
Nada para me preocupar, segundo o
Dr. Drauzio. Aqui no site dele, diz que essa doença mental só fica séria quando
o paciente começa a sentir dificuldade de concentração, tensão muscular e
perturbação do sono. Ainda não cheguei lá.
Essa minha figura esplendorosa
pensa que é o centro do universo (às vezes). Fico muito preocupado porque estou
quase na sobrevida e ainda não li, por exemplo, nem um milionésimo da literatura
paraibana. E quando penso nos milhões de livros que deveria ler e jamais lerei,
entro quase em pânico.
Ao lado do meu computador, conservo
umas 500 folhas de papel de rascunho. O outono vem chegando com suas folhas
secas e nevascas (ta bom, aqui a nevasca vai como figura de linguagem) arrepiadoras
da pele ressecada, avisando que está quase na hora de desviver, e cadê tempo
para escrever nesse monte de folhas em branco? A crise civilizatória nas
portas, e eu sem tempo hábil para salvaguardar nossos valores morais, culturais
e educacionais, sem falar nos temas sexuais porque o velhinho não está mais a
nível de.
Isso é o que chamo de ansiedade
precisando de uma avaliação clínica criteriosa. Antes que o coroa fique babando
na testa, choroso porque sua vidinha opaca não consegue abranger quase nada dos
aspectos econômicos, sociais, de geopolítica e culturais da humanidade. No meu
fascinado e ansioso ponto de vista, essa tensão e ansiedade é um dos muitos transtornos
da meia idade. Só sobre o tema ansiedade, existem mais de 300 mil livros e 100
mil artigos escritos por médicos. E eu só li um, que foi esse do Dr. Drauzio.
Ele me dá alguns conselhos: “Se você cobra muito de si mesmo,
está sempre envolvido em inúmeras tarefas e pressionado pelos compromissos,
tente pôr ordem não só na sua agenda, mas também na sua rotina de vida, sem
esquecer de reservar um tempo para o lazer.” Abrindo a agenda de hoje, tenho
oito tarefas a cumprir, todas importantes. O que fazer? Só nessa consulta, meus
neurônios ficam histéricos! Para não complicar mais o quadro, fecho a agenda e
vou me deitar na rede velha. Decido não fazer nada, porque não consigo
estabelecer prioridades.
Meu compadre
Ameba, outro cabra de estopim curto e sem papa na língua, foi incisivo: “Teu
problema todinho é preguiça no lombo”.
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