Marcos Oliveira é
Major do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, advogado e morador em Brás do
Pina, Rio. Viu meu livro “Artistas de Itabaiana” pela internet, mandou buscar e
acaba de ler.
Como é incrível esse
negócio de internet, né não compadre? É seguramente a maior revolução
comunicacional da humanidade. O sujeito mora nos cafundós de Judas, no
interiorzão do Brasilzão, lança um livreto sobre a realidade local, faz menção
disso na grande rede e um rapaz lá da antiga Capital Federal se interessa pelo
produto, manda buscar pelos meios digitais, lê, aprova o trabalho e manda a
prova fotográfica do seu ato.
Esse tipo de leitor
representa uma honraria para mim. O livro foi escrito especialmente para as
pessoas que nasceram ou moram em Itabaiana do Norte, porque é uma série de
pequenas biografias de artistas e escritores locais. Fico pensando em como a
mente desse carioca decodificou este livrinho. Deve ter se identificado com
algumas das personalidades ali expostas, ou, quem sabe, até ficou surpreso pelo
fato de uma cidade tão pequena ter dado tantos artistas, alguns do naipe de
Sivuca e Vladimir Carvalho. Isso me fez lembrar de um detalhe: a leitura de uma
obra literária, às vezes desperta pensamentos e emoções que nem passaram pela
cabeça de quem escreveu. Cada leitor, por assim dizer, é um pouco autor do
livro que está lendo. Sendo assim, um livro jamais será lido da mesma forma por
duas pessoas.
Daqui a cem anos, os
bisnetos do meu prezado leitor Major Marcos Oliveira talvez descubram esse
livrinho em sua biblioteca e, por curiosidade, folhearão suas páginas
amareladas pelo Tempo Rei. Eu fico aqui imaginando a opinião do futuro, como
estou fazendo digressões sobre as impressões do Major a respeito do meu trabalho. Quem
escreve livros ou posta mensagens na internet, sabe que a posteridade nos olha.
Na verdade, quem está nessa grande rede de computadores faz história o tempo
todo, é ou não? É como se cada instante de nossas vidas que a gente posta nas
redes sociais, por exemplo, se transformasse em História. Pedaços de vidas
comuns que um dia irão influenciar, de alguma maneira, aos que ainda não
nasceram. Mas, isso já é outra história.
Obrigado, Major, pela
delicadeza de ter lido meu livro e enviado o registro.
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