Estou lendo Podbre Brasil, de Décio Pgnatari,
crônicas que ele publicou no jornal Folha
de São Paulo, de 1983 a 1987. Foi a época da morte de Tancredo Neves,
assumiu José Sarney, e as safadezas de sempre, com as chamadas elites
dirigentes mais interessadas em ocupar os espaços do poder do que promover
mudanças, como se nota tristemente até hoje, mesmo depois de dez anos de
comando do um partido que se dizia dos trabalhadores.
Anotei algumas
frases.
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Militares criaram o Mobral, que não só não alfabetizou
ninguém, como ainda contribuiu com o aumento do analfabetismo no Brasil.
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Getúlio Vargas foi um militar à paisana.
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O Imperador D. Pedro não foi muito cortes quando disse: “as
mulheres são iguais às éguas, só se conhece depois de montadas.”
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Contra todas as evidências dos fatos, os marqueteiros querem
transformar diabos em anjos.
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As forças desarmadas do povo geralmente só têm um único tiro:
o voto. Sempre atiram a esmo, até uns contra os outros.
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O vídeo clip é a primeira poética da televisão.
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Na velha história do lobo e do cordeiro, é inútil tentar
argumentar com o lobo. Mas vale contar com a proteção de bons caçadores.
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A casta militar, profissionais da morte, é improdutiva; só
gasta. A casta sacerdotal, profissionais da pós-morte, também. Só os
trabalhadores produzem riqueza.
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A Coca-Cola fornece o doente e a indústria farmacêutica fatura
em cima. Tudo estrangeiro.
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Antigamente, a gente sabia fazer um sanduíche de bife ou
salame. Hoje, parece que ninguém tem mão. É preciso que os americanos façam
isso para nós nos McDonald, a preço de ouro.
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Deputado estadual candidato a deputado federal é um
trombadinha em evolução para trombadão.
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A Igreja Católica ainda é a mais antiga e principal
multinacional atuante no Brasil.
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Essa gente empresarial e banqueiral que está no Planalto e no
Congresso simplesmente não sabe o que fazer.
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O Brasil tem 6 milhões de leis. Advogados não sabem quais as
leis em vigor e quais as que foram revogadas. Se soubesse, dariam um jeito de
burlar a maioria.
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