sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Sei não, visse?

Ando tão descontente. Sofrendo de padecimentos variados e alguns inaudíveis, outros quase desencarnados. São tantas as penas e variáveis as prisões! Tormento pedindo eterno descanso. 
Aborrecimentos mil pelas quebradas desse meu Brasil. Desconsolo. Transtorno e inquietação. Sei não, visse? Tanto descontentamento, irritação, um horror! Preocupação, pesadelo, agonia desse fardo, angústias e infortuna.
Um drama no inferno onde faço papel de mártir. Desgosto e pesar, eis meu nome. Vexame, abatimento e tortura. Persegue-me o flagelo nesse transe onde padeço, carregando a cruz da desgraça e desolação. Sei não!
Nadar de braçada no mar de contrariedade, comendo o pão que o diabo nem quis amassar. Desgraçado e infeliz, sorvendo o cálice da amargura misturado com vinho de gengibre quente em copo de plástico descartável. Isso dá náusea e mal estar. Sangrar de dor nesse castigo, desespero, aflição e tristeza, amargura, miséria e tragédia, eis o quadro deste sofredor no purgatório.
Acabrunhado, desditoso e banhado em lágrimas, este desinfeliz, em lastimável estado de desolação, aflito, ansioso, sem assunto para essa porcaria de crônica diária, pega do dicionário de ideias afins, abre na página do verbete “sofrimento” e enche sua linguiça sem graça.
Sei não, visse?


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