Xudu, gênio da cantoria |
Não conheço pessoalmente o senhor Noé, amigo virtual que
mora no Recife. Sei que é uma pessoa muito gentil, além de sensível, admirador
de Manoel Xudu Sobrinho, um dos maiores poetas repentistas do planeta. Noé
soube pela internet, onde tudo se sabe, que escrevi um livro sobre o poeta de
São José dos Ramos. Telefonou pedindo o livro e oferecendo, em troca, alguns
CDs preciosos com gravações do poeta cantando com monstros sagrados da cantoria,
tipo Geraldo Amâncio, Zé Patriota, Lourival Batista e Sebastião Silva.
Ontem, recebi os CDs de Noé. Um gesto nobre do meu futuro
leitor, apologista da poesia popular, algo tão importante em nossa cultura. Para
mim, é como receber um tesouro. Desde os tempos remotos, sou apreciador desse
cantador de viola, morto precocemente. São raras as gravações do mestre Xudu.
Tenho uma fita cassete com uma cantoria “pé de parede” envolvendo Manoel Xudu e
Ivanildo Vila Nova, mas falta grana para mandar remasterizar o material em um
estúdio. Um dia irei realizar essa tarefa e o primeiro que receberá o produto
será meu compadre Noé, em consideração. O grande encontro desses dois
grandiosos criadores na difícil arte de versejar ao som da viola é realmente um
material muito precioso à espera de uma parceria que concretize o produto
final, um CD tecnicamente apresentável, digno desses artistas. Por enquanto, é
coisa restrita a um só privilegiado, que sou eu.
Meu livro “Manoel Xudu, o príncipe dos poetas repentistas”
está esgotado, só se encontra nos sebos. Eu mesmo só guardei um exemplar, esse
de que agora me desfaço. Mandei para Noé meu único exemplar, que é o mínimo que
posso fazer para retribuir sua gentileza. Essa é a regra de etiqueta aplicável
àqueles que são fãs de Xudu, um sujeito altamente afetuoso e cordial. Ouvir
poesia de Xudu pode contribuir poderosamente para reduzir suas neuroses,
acredite!
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