Jovens
do “Som do coração”, do Ponto de Cultura, tocando no coreto
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Em 2002, o Governado de então, Roberto Paulino,
atendendo ao prefeito Babá, enviou pedido de restauração do coreto para a
Subsecretaria de Cultura, que por sua vez encaminhou o documento à
Superintendência de Planejamento do Estado. Isso foi em 25 de abril de 2002.
Pediam urgência no atendimento do pleito, já que em 24 de maio o Governo do Estado
estaria se instalando em Itabaiana, quando Sua Excelência planejava visitar as
obras de restauro do coreto, tombado pelo Patrimônio Histórico sob Decreto nº
8.660, de 26 de agosto de 1980, “portanto, constituído de toda legalidade para
sua restauração”. O governador Roberto Paulino saiu do Governo sem passar nem
perto do coreto.
Em abril de 2003, o prefeito de Itabaiana,
Sebastião Tavares, Babá, mandou ofício para o professor José Octávio de Arruda
Melo, então Diretor Geral do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do
Estado da Paraíba, encaminhando documentos que mostravam o real estado de
degradação do coreto e pedindo parceria para a restauração do maior patrimônio
histórico da cidade.
José Octávio respondeu em maio, informando
que o IPHAEP vinha dando ênfase a uma “filosofia municipalista, com ações
comuns nas cidades, em parceria com as prefeituras e promotorias”. Pediu ao
prefeito que procurasse formar um Conselho de Preservação Histórico-artístico
na cidade, bem como não autorizasse nenhuma construção ou intervenção física em
imóveis ou monumentos cadastrados ou tombados no Município.
Dois meses depois, José Octávio voltou a
escrever para Babá, o prefeito, comunicando que o Governador Cássio Cunha Lima
“continua vivamente empenhado” em estabelecer parceria com o Município para
restaurar o coreto e outras ações de preservação. Ele queria que as prefeituras
operassem a conservação do seu patrimônio histórico, com a co-participação da
sua entidade. Para isso, o Governo estava promovendo um curso para agentes
culturais para o patrimônio. Pediu que a Prefeitura de Itabaiana enviasse dois
representantes para participar do curso, “assumindo R$ 180 reais de cada um
para hospedagem durante os cinco dias de curso”. Essas pessoas deveriam ser
“dinâmicas, que tenham liderança e sejam envolvidas com o turismo”. O bom seria
enviar professores, historiadores ou representantes de associações locais,
recomendava o IPHAEP. Pelo visto, a Prefeitura não encontrou ninguém com esse
perfil para participar do curso, muito menos foi formado o Conselho de Preservação. Na gestão seguinte, da prefeita Dida Moreira, veio abaixo o histórico prédio onde funcionou o colégio de Marieta Medeiros, ícone da educação na cidade.
Finalmente, foi assinado um protocolo de
intenções para celebração de convênio entre o Estado e a Prefeitura para
recuperar e restaurar o coreto. O convênio ficou no valor de R$ 77.660,78. A
planilha orçamentária foi feita naquela velha base do “joga pra cima pra ver se
cola”. Só para o “bota fora” das metralhas da obra cobraram R$ 823 reais.
Enfim, foi realizada a reforma.
Dez anos depois, o coreto está novamente
precisando de um trato. Atualmente, serve de abrigo para famílias sem teto. No
dia 24 de maio, quando completou cem anos, o velho coreto não mereceu maiores
comemorações. Os meninos da oficina de violão do Ponto de Cultura Cantiga de
Ninar ainda estiveram por lá, prestando tributo à nossa memória cultural.
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