Biblioteca pública de São José dos Ramos |
A
Biblioteca Comunitária Arnaud Costa, do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, tem
no seu acervo um livro raro, escrito pelo General Frederico Mindêllo Carneiro
Monteiro, nascido em Itabaiana em 26 de maio de 1903, filho do Desembargador e
chefe político de Itabaiana, Heráclito Cavalcanti Carneiro Monteiro. O livro
“Um magistrado na política” narra a história de vida desse paraibano. Heráclito
Cavalcante Carneiro Monteiro foi chefe político de Itabaiana até 1915, quando
passou a exercer o cargo de Desembargador. Mas nunca deixou de ser influente no
Município. Na revolução de 30, foi perseguido pelos adeptos de João Pessoa.
Queimaram a casa de Heráclito Cavalcante em Itabaiana e perseguiram seus
familiares.
Heráclito foi o criador do Orfanato Dom Ulrico, em João
Pessoa. Esta associação filantrópica ainda hoje existe na Avenida João Machado,
embora deserdado de boa parte de seu terreno, que foi vendido em transações
misteriosas a uma empresa funerária. “Dizem que a transação envolve Cícero
Lucena”, informa Drika Rocha, uma moça que morou dos seis aos dezesseis anos no
orfanato e que agora está fazendo um trabalho acadêmico para final do seu curso
de Arquivologia na UEPB, sobre o Orfanato. Está tentando reunir documentos
sobre a história do Dom Ulrico e soube que temos esse livro do filho do
Desembargador Heráclito, o grande patrono da instituição filantrópica.
Drika |
Drika lamenta que árvores frutíferas centenárias tenham sido
cortadas na área que foi vendida à casa dos mortos. Foram plantadas pelo
próprio Heráclito, precursor do conservacionismo dos recursos naturais. Em
Itabaiana, ele arborizou toda a cidade com os famosos ficus benjamina e acácias. Na época, a cidade comemorava todo ano
sua exuberância botânica com uma festa das rosas nos seus caramanchões e no
coreto, obra mandada vir da Inglaterra pelo próprio Heráclito em 1904.
Drika ainda lastima que João Pessoa, a cidade, não conheça a
“edificante história do Desembargador Heráclito”, que teve seu nome escondido
das crônicas oficiais pelos áulicos do Presidente João Pessoa depois de sua
morte. Em Itabaiana, sua terra natal, ele não é nem nome de rua, embora tenha
sido uma figura de destaque na história da Paraíba, tanto que é homenageado no
Recife, dando seu nome a um logradouro na capital Pernambucana.
O livro “Um magistrado na política” está emprestado ao
departamento de comunicação do Tribunal de Justiça da Paraíba, que faz um
trabalho de pesquisa sobre a vida dos desembargadores que por lá passaram e
deixaram sua marca. Quando for devolvido, repassarei para a estudante Drika
Rocha, cada vez mais consciente de que o livro, qualquer livro, é de
fundamental importância para o desenvolvimento das sociedades
e para o crescimento intelectual do indivíduo, lamentando que na terra de
Heráclito Cavalcanti não tenhamos uma biblioteca pública decente, equipamento
que a novíssima cidade de São José dos Ramos e a bicentenária Pilar, nossos
vizinhos, têm para servir às suas populações.
Um livro é um amigo de todas as horas.um companheiro de viagem,o amigo que vai com vc pra sala de espera...numa fila...é aquela amizade que nasce no momento que o autor diz pra vc O que? vc também?pensei que era o único.
ResponderExcluirO brasileiro tem uma mania feia de destruir tudo quanto é árvore que encontra pela frente.Uma vez eu li uma matéria no jornal de um ator que dizia:O americano tem florestas e bosques.O brasileiro tem pé de pau ou mato.menosprezando as árvores.Que pena!
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