domingo, 15 de setembro de 2013

Um belo exemplo de compromisso social em Mari

Idosos internos na AVIM

Achei bonito uma dondoca de João Pessoa, no seu aniversário, pedir aos amigos que substituíssem presentes ou lembranças pessoais por pacotes de fraldas geriátricas para os idosos das instituições de longa permanência. Ela comemora 80 anos de idade.

Fui conhecer a obra de caridade do meu amigo professor Ercílio Delgado, em Mari. Ele fundou uma organização privada para abrigar idosos. Levei mantimentos para o asilo que é despojado, simples, mas confortável. Uma casa no bairro Silvino Costa, atualmente abrigando sete velhinhos. O projeto vai caminhando com a ajuda de voluntários. A prefeitura paga o aluguel e a energia, o Ministério Público repassa dinheiro oriundo de multas e penas alternativas transformadas em cestas básicas. O que falta para completar as despesas, a direção do asilo retira das aposentadorias dos velhos internos, muitos deles com ínfimos valores no olerite da Previdência Social porque os parentes fazem empréstimos em seus nomes. Abandonados e doentes, são recolhidos pela Associação Voluntária de Idosos de Mari – AVIM.


A situação desses idosos me faz desconfiar que ainda falta muito para a gente dar aquele salto civilizatório. Uma sociedade que abandona seus anciãos e suas crianças, gasta fortunas construindo campos de futebol para ganho de poucos, deixa claro que nós, brasileiros, somos essencialmente um povo transgressor, não só das leis da cidadania como dos preceitos básicos da moral e da ética. Um filho que faz empréstimo em nome do pai aposentado e o deixa à própria sorte é emblemático do tipo de sociedade em que vivemos.

Segundo a pesquisadora Ana Amélia Camarano, "crueldade é envelhecer em um país que não tem oferta de leitos suficiente para todos os idosos que necessitam". O Brasil tem, hoje, pouco mais de 5.500 instituições, sendo apenas 238 delas públicas, e a maioria de origem filantrópica. 

Por outro lado, projeções do governo federal apontam para um crescimento do número de brasileiros idosos de 23 milhões para 35 milhões, nos próximos 15 anos. O número de leitos existentes, para acompanhar esse crescimento, terá, no mínimo, de dobrar, segundo o site “Mulher Uol”. Pena que não tenhamos projeção de duplicar o número de pessoas solidárias iguais ao meu amigo Ercílio Delgado, Ribeirinho e demais voluntários da AVIM.




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