quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Diminui população de Itabaiana do Norte. Quais as causas?

Fiz esta pergunta a alguns amigos de minha lista de contatos. Eis algumas das respostas:


“Compadre Fábio: a meu sentir, entendo que a causa do êxodo da população de Itabaiana é a falta de perspectiva, de oportunidade de trabalho entre os jovens, uma vez que, salvo raríssimas gestões, sempre foi mal administrada e teve o dinheiro público surrupiado por muitos que passaram na gerência dos negócios públicos. Faltou uma visão coletiva e progressista de quem administrou e administra nossa cidade, onde o social prevaleça sobre o familiar e grupal. Como sugestão para o refreamento da migração, seria a criação de um pólo de confecções e/ou calçadista para gerar oportunidade de emprego e renda para os jovens, com soluções para substituição dos quiosques que tomam conta do canteiro central da principal rua, propiciando uma visão esteticamente aprazível do centro da cidade, hoje tomado por barracas despadronizadas. Investimento na área cultural para ocupação da juventude, como já vem fazendo, a trancos e barrancos o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar com os parcos recursos administrados por você e Marcos Veloso, dentre outros guerreiros, para formação de novos artistas e incentivo aos pequenos produtores a exemplo do Programa Empreeender, criado ainda na gestão municipal do atual Governador. Um abraço”. Jurandi Pereira.


  
“A corrupção política está em primeiro lugar. O capitalismo e a elite dominante de cada município negam o acesso dos jovens na sociedade, por exemplo, para o ingresso no mercado de trabalho. Exige-se dele dois anos de carteira assinada. Como, se ele ainda não teve seu primeiro emprego?. As políticas públicas necessitam de mais socialização e maior alcance para envolver esses jovens. Como o Estado e os municípios se omitem, o sistema de drogas toma conta dessa parcela esquecida pelo sistema. Se faz necessário políticas culturais que incentivem principalmente a cultura local. Acredito que, além do reestruturação do seu espaço físico e urbano, a cidade deveria investir em diversas áreas, como por exemplo a cultura e o turismo. Investimentos na educação também são fundamentais para o progresso municipal. No início do século XX, o trem e o Curtume Santo Antonio fizeram o progresso de Itabaiana, a partir de 1915. Itabaiana se transformou numa das mais belas cidades da Paraíba onde pessoas de vários lugares vinham à cidade para visitá-la.” Romualdo Palhano.



“Caro amigo,
sinceramente eu acho que esse êxodo que arrasta as pessoas do interior para os grandes centros é fruto de uma falta de política pública que as mantenham no solo em que nasceram. Falta compromisso dos governantes municipais, que não investem numa prospecção das vocações econômicas das cidades, deixando os habitantes a vagarem avulsos em torno de ações que lhes garantam a sobrevivência. Não há um projeto organizado que alavanque a economia pelo viés das características de cada cidade, que podem se manifestar em agricultura, turismo, cultura e outros perfis determinados pelo clima, pela geografia ou, principalmente, pelas natureza cultural traçada pela história dessas cidades construída pelo seu povo.

Acho que Itabaiana poderia muito bem se destacar culturalmente por ser a terra de Sivuca e Zé da Luz, sediando eventos que valorizassem suas obras e tudo o que circula em torno delas. A cidade de São José dos Ramos, por exemplo,  também poderia ser um polo cultural de Itabaiana pelas suas manifestações traçadas em torno dos eventos de aboios e outras atividades culturais em torno de sua relação com o gado. Claro que há outros canais de investimento para mover as engrenagens da economia itabaianense. Mas há que se querer encontrá-los.

Sem atividades que lhes deem esperança, os jovens procuram outras paragens, geralmente em grandes centros urbanos. O resultado é que encontram nessas cidades inchadas condições muito menos favoráveis de viver do que se se mantivessem em sua terra, caso houvesse um projeto promissor de cidadania em plena  atividade.

Pra se manter na cidade é preciso que se sinta que viver no interior não é nenhuma desonra e que não representa nenhum atraso. Mas essa condição de dignidade jamais será conquistada sem que haja governantes comprometidos com a grandeza de seu povo.

Pois é, amigo Fabio Mozart, em linhas gerais é o que eu penso sobre isso. Certamente você tem muito mais parâmetros para analisar a questão por conta do contato quase permanente com nossa cidade, além do que se mostra um grande pesquisador do povo itabaianense, reconhecendo sua grandeza.

Há braços amigos!!!

ADEILDO VIEIRA



“O principal fator para o êxodo dos jovens de Itabaiana é a falta de oportunidades no mercado de trabalho, uma vez que Itabaiana, sendo uma cidade polo, deixou de receber ao longo dos últimos trinta anos, diversas indústrias e algumas empresas comerciais fecharam as portas ou se transferiram para outras cidades, diminuindo ainda mais a geração de empregos, tudo isso aliada a péssimos administradores públicos, que são incapazes de apresentar planos ou tentar dialogar para que se tenha uma solução. Outro ponto forte é falta de oportunidades se profissionalizar, algo  que não encontramos em nosso município. Precisamos de mais reflexão da população nas escolhas políticas, precisamos de projetos para infraestrutura dos pontos comerciais, incentivo fiscais para atrair fabricas de médio porte, elaboração de cooperativas rurais, instalação de polos universitários, valorização da cultura local, com elaboração de festivais, visto que Itabaiana é a terra natal de Sivuca e esse lado cultural não é explorado pela cidade, podendo atrair turistas. É difícil apontar soluções em uma terra defasada por corrupção e pessoas que só enxergam seu próprio umbigo, mas diante de tanta desigualdade, alguém tem que começar a olhar para frente, tentar fazer diferente, Afinal. só conseguimos algo quando estamos dispostos a pagar o preço de arriscar.” - Symon Ribeiro


“Prezado Fábio:

Acredito que a principal causa desse êxodo seja a falta de perspectiva, principalmente do jovem, uma vez que a cidade não oferece condições de oportunidades, sobretudo pela ausência de políticas públicas, em educação e qualificação profissional, saúde, moradia, trabalho e renda, sendo esta talvez a mais significativa, relacionada com a falta de perspectiva.

Mudar essa realidade depende fundamentalmente de um choque de gestão publica, partindo de um planejamento de curto, médio e longo prazo, viabilizar uma ampla participação popular que aponte as necessidades prioritárias e sintam-se parte nas tomadas de decisões. O poder público deve partir da premissa em suprir e garantir os direitos básicos constitucionais, com prioridade absoluta para o conhecimento através de amplo programa de educação e tecnologia, sem perder de vista as tecnologias sociais, estimular o associativismo e cooperativismo, apoiando e fomentando a constituição de empreendimentos solidários como estratégia para geração de trabalho e renda, com base nas potencialidades econômicas identificadas, promover programa de segurança alimentar e nutricional, estimulando a participação da população em programa de agricultura urbana e periurbana , ocupando todos os espaços possíveis com essa atividade, criar espaços para implementação de turismo, esporte, arte e cultura através de grandes eventos, sempre na perspectiva da sustentabilidade. Não há duvidas de que as soluções existem, e são passíveis de implementação, porém as mudanças perpassam pela vontade política do gestor publico (prefeito) implantação e implementação de políticas publicas, e estas na forma e políticas de estado e não meros programas de governo, que são suscetíveis a mudanças ou mesmo desaparecimento, conforme as mudanças e trocas de gestores através das eleições, e a imprescindível participação da sociedade de forma efetiva.”

Carlos Alencastro Cavalcanti
Caro colega, Fábio:

É sabido que Itabaiana viveu o seu apogeu econômico em décadas passadas, com atividade agropecuária e de fabricação de calçados, o que hoje não existe mais. A cidade tem hoje como principal fonte de renda salários de funcionários públicos,  INSS e Bolsa Família. Para a cidade voltar a crescer é preciso que se faça um estudo sobre seus potenciais econômicos e que gerem renda através de produção, único fator que desenvolve efetivamente uma cidade ou região.
Sugiro a criação de um polo industrial, com a desapropriação de uma área destinada a empresas que queiram se instalar no município, com um programa de incentivos para que as mesmas tenham interesse. Também, a criação de um programa de formação de  pequenos empreendedores individuais na área de fabricação de produtos artesanal diversos, fazendo com que as pessoas produzam e vendam lá fora, trazendo o dinheiro para a cidade. Incentivo à produção agropecuária às margens do rio, pois, hoje temos água de melhor qualidade que em tempos outrora, ainda mais, com a chegada das águas do São Francisco. Espero ter colaborado.

Um abraço,


JUAREZ MENESES

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