Fiz esta pergunta a alguns amigos de minha lista de contatos. Eis
algumas das respostas:
“Compadre Fábio: a meu sentir, entendo que a causa do êxodo da
população de Itabaiana é a falta de perspectiva, de oportunidade de trabalho
entre os jovens, uma vez que, salvo raríssimas gestões, sempre foi mal
administrada e teve o dinheiro público surrupiado por muitos que passaram na
gerência dos negócios públicos. Faltou uma visão coletiva e progressista de
quem administrou e administra nossa cidade, onde o social prevaleça sobre o
familiar e grupal. Como sugestão para o refreamento da migração, seria a
criação de um pólo de confecções e/ou calçadista para gerar oportunidade de
emprego e renda para os jovens, com soluções para substituição dos quiosques
que tomam conta do canteiro central da principal rua, propiciando uma visão
esteticamente aprazível do centro da cidade, hoje tomado por barracas
despadronizadas. Investimento na área cultural para ocupação da juventude, como
já vem fazendo, a trancos e barrancos o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar com
os parcos recursos administrados por você e Marcos Veloso, dentre outros
guerreiros, para formação de novos artistas e incentivo aos pequenos produtores
a exemplo do Programa Empreeender, criado ainda na gestão municipal do atual
Governador. Um abraço”. Jurandi Pereira.
“A corrupção política está em primeiro lugar. O capitalismo e a elite
dominante de cada município negam o acesso dos jovens na sociedade, por
exemplo, para o ingresso no mercado de trabalho. Exige-se dele dois anos de
carteira assinada. Como, se ele ainda não teve seu primeiro emprego?. As
políticas públicas necessitam de mais socialização e maior alcance para
envolver esses jovens. Como o Estado e os municípios se omitem, o sistema de
drogas toma conta dessa parcela esquecida pelo sistema. Se faz necessário
políticas culturais que incentivem principalmente a cultura local. Acredito
que, além do reestruturação do seu espaço físico e urbano, a cidade deveria
investir em diversas áreas, como por exemplo a cultura e o turismo.
Investimentos na educação também são fundamentais para o progresso municipal.
No início do século XX, o trem e o Curtume Santo Antonio fizeram o progresso de
Itabaiana, a partir de 1915. Itabaiana se transformou numa das mais belas
cidades da Paraíba onde pessoas de vários lugares vinham à cidade para
visitá-la.” Romualdo Palhano.
“Caro amigo,
sinceramente eu acho que esse êxodo que arrasta as pessoas do interior
para os grandes centros é fruto de uma falta de política pública que as
mantenham no solo em que nasceram. Falta compromisso dos governantes
municipais, que não investem numa prospecção das vocações econômicas das
cidades, deixando os habitantes a vagarem avulsos em torno de ações que lhes
garantam a sobrevivência. Não há um projeto organizado que alavanque a economia
pelo viés das características de cada cidade, que podem se manifestar em
agricultura, turismo, cultura e outros perfis determinados pelo clima, pela
geografia ou, principalmente, pelas natureza cultural traçada pela história
dessas cidades construída pelo seu povo.
Acho que Itabaiana poderia muito bem se destacar culturalmente por ser
a terra de Sivuca e Zé da Luz, sediando eventos que valorizassem suas obras e
tudo o que circula em torno delas. A cidade de São José dos Ramos, por exemplo, também poderia ser um polo cultural de
Itabaiana pelas suas manifestações traçadas em torno dos eventos de aboios e
outras atividades culturais em torno de sua relação com o gado. Claro que há
outros canais de investimento para mover as engrenagens da economia
itabaianense. Mas há que se querer encontrá-los.
Sem atividades que lhes deem esperança, os jovens procuram outras
paragens, geralmente em grandes centros urbanos. O resultado é que encontram
nessas cidades inchadas condições muito menos favoráveis de viver do que se se
mantivessem em sua terra, caso houvesse um projeto promissor de cidadania em
plena atividade.
Pra se manter na cidade é preciso que se sinta que viver no interior
não é nenhuma desonra e que não representa nenhum atraso. Mas essa condição de
dignidade jamais será conquistada sem que haja governantes comprometidos com a
grandeza de seu povo.
Pois é, amigo Fabio Mozart, em linhas gerais é o que eu penso sobre
isso. Certamente você tem muito mais parâmetros para analisar a questão por
conta do contato quase permanente com nossa cidade, além do que se mostra um
grande pesquisador do povo itabaianense, reconhecendo sua grandeza.
Há braços amigos!!!
ADEILDO VIEIRA
“O principal fator para o êxodo dos jovens de Itabaiana é a falta de
oportunidades no mercado de trabalho, uma vez que Itabaiana, sendo uma cidade polo, deixou de receber ao longo dos últimos trinta anos, diversas indústrias e algumas empresas comerciais fecharam as portas ou se transferiram para outras
cidades, diminuindo ainda mais a geração de empregos, tudo isso aliada a
péssimos administradores públicos, que são incapazes de apresentar planos ou
tentar dialogar para que se tenha uma solução. Outro ponto forte é falta de
oportunidades se profissionalizar, algo
que não encontramos em nosso município. Precisamos de mais reflexão da
população nas escolhas políticas, precisamos de projetos para infraestrutura
dos pontos comerciais, incentivo fiscais para atrair fabricas de médio porte,
elaboração de cooperativas rurais, instalação de polos universitários, valorização
da cultura local, com elaboração de festivais, visto que Itabaiana é a terra
natal de Sivuca e esse lado cultural não é explorado pela cidade, podendo
atrair turistas. É difícil apontar soluções em uma terra defasada por corrupção
e pessoas que só enxergam seu próprio umbigo, mas diante de tanta desigualdade,
alguém tem que começar a olhar para frente, tentar fazer diferente, Afinal. só
conseguimos algo quando estamos dispostos a pagar o preço de arriscar.” - Symon
Ribeiro
“Prezado Fábio:
Acredito que a principal causa desse êxodo seja a falta de perspectiva,
principalmente do jovem, uma vez que a cidade não oferece condições de
oportunidades, sobretudo pela ausência de políticas públicas, em educação e
qualificação profissional, saúde, moradia, trabalho e renda, sendo esta talvez
a mais significativa, relacionada com a falta de perspectiva.
Mudar essa realidade depende fundamentalmente de um choque de gestão
publica, partindo de um planejamento de curto, médio e longo prazo, viabilizar
uma ampla participação popular que aponte as necessidades prioritárias e
sintam-se parte nas tomadas de decisões. O poder público deve partir da
premissa em suprir e garantir os direitos básicos constitucionais, com
prioridade absoluta para o conhecimento através de amplo programa de educação e
tecnologia, sem perder de vista as tecnologias sociais, estimular o
associativismo e cooperativismo, apoiando e fomentando a constituição de
empreendimentos solidários como estratégia para geração de trabalho e renda,
com base nas potencialidades econômicas identificadas, promover programa de
segurança alimentar e nutricional, estimulando a participação da população em
programa de agricultura urbana e periurbana , ocupando todos os espaços
possíveis com essa atividade, criar espaços para implementação de turismo,
esporte, arte e cultura através de grandes eventos, sempre na perspectiva da
sustentabilidade. Não há duvidas de que as soluções existem, e são passíveis de
implementação, porém as mudanças perpassam pela vontade política do gestor
publico (prefeito) implantação e implementação de políticas publicas, e estas
na forma e políticas de estado e não meros programas de governo, que são
suscetíveis a mudanças ou mesmo desaparecimento, conforme as mudanças e trocas
de gestores através das eleições, e a imprescindível participação da sociedade
de forma efetiva.”
Carlos Alencastro Cavalcanti
Caro colega, Fábio:
É sabido que Itabaiana viveu o seu apogeu econômico em décadas
passadas, com atividade agropecuária e de fabricação de calçados, o que hoje
não existe mais. A cidade tem hoje como principal fonte de renda salários de
funcionários públicos, INSS e Bolsa
Família. Para a cidade voltar a crescer é preciso que se faça um estudo sobre
seus potenciais econômicos e que gerem renda através de produção, único fator
que desenvolve efetivamente uma cidade ou região.
Sugiro a criação de um polo industrial, com a desapropriação de uma
área destinada a empresas que queiram se instalar no município, com um programa
de incentivos para que as mesmas tenham interesse. Também, a criação de um
programa de formação de pequenos
empreendedores individuais na área de fabricação de produtos artesanal
diversos, fazendo com que as pessoas produzam e vendam lá fora, trazendo o
dinheiro para a cidade. Incentivo à produção agropecuária às margens do rio,
pois, hoje temos água de melhor qualidade que em tempos outrora, ainda mais,
com a chegada das águas do São Francisco. Espero ter colaborado.
Um abraço,
JUAREZ MENESES
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