Vavá da Luz, o de bigode, com Vital
Alves e Clévia Paz
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Vavá da Luz foi
a vida inteira humorista, bon vivant
e tomador de mel de tubiba. Já na terceira idade, entrou no ramo de empresário
do campo, gerenciando um motel rural, o primeiro do Brasil, com direito a baby-sitter e curral para práticas
bestiais.
Vavá cuida
também das belezas naturais e imateriais do seu Ingá do Bacamarte, terra de
belezas mil no coração do meu Brasil varonil de céu de anil e segue todo essa
versalhada imbecil. Eu gosto de Vavá porque ele mata a cobra mas não mostra,
apenas cozinha a bicha e come.
No dia seis de
outubro, um domingo de sol, comemora-se o Dia Nacional do Circulista, que deve
ser o cara que fica andando em círculo, pensando nos chifres ou nas contas a
pagar. Não sei direito, mas também é o dia do prefeito, esse funcionário
público sem estabilidade mais bajulado do mundo. Pois nesse dia vai acontecer a
Cavalgada de Vavá da Luz, onde você pode passear de jegue, de cavalo ou
“pedofilamente a pé”, como trata brincadeiramente a propaganda do evento.
Ontem lembrei
de Ingá que é terra de gente valente. Diz que por lá era coito de cangaceiro no
tempo da lazarina e do bacamarte. Foi quando estava lendo blog de cantador de
viola, onde se conta a história de uma cantoria em Ingá, com os mestres Josué
da Cruz e Manoel Serrador. Faziam três semanas que Josué saiu de casa, bebendo
cana e cantando nas fazendas, sem mandar dinheiro para dona Maricota, sua
esposa. Foi então que Manoel Serrador, misto de cantador de viola e matador de
gente, sacou do punhal e encostou na garganta de Josué, no final da cantoria:
--- A bandeja
rendeu 65 contos de réis. A metade é minha e a outra metade vou mandar pra dona
Maricota, tua mulher. Ta achando ruim?
E Josué, em
lágrimas:
--- Tou nada,
Mané. Tou chorando com tua bondade em socorrer uma senhora precisada.
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