Gilvan de Brito entregando seu livro |
Poeta vaginal tem origem na vila de Guarita
Da minha série “figuras exponenciais de Guarita”, trago hoje o
jornalista, dramaturgo e escritor Gilvan de Brito, paraibano que já escreveu
mais de cem livros, tendo publicado vinte obras, entre peças teatrais, poesias,
ensaios, pesquisas, biografias e reportagens.
Encontrei Gilvan de Brito representando o Conselho Estadual de Cultura
na 3ª Conferência
Estadual de Cultura, um dos maiores eventos da história da cultura
paraibana, ocorrido nos dias 20 e 21 de setembro (sexta-feira e sábado), na
cidade de Sousa. Eu fui convidado para mediar o Grupo de Trabalho que tratou do
tema “Comunicação e cultura”. (Ver matéria na Tribuna do Vale).
Voltando ao Gilvan, conversando com esse talentoso intelectual, fiquei
sabendo de sua procedência itabaianense. Seus avós são originários da vila de
Guarita. O patriarca chamava-se Roldão Correa de Brito. “Quando eu era
menininho / atravessei o rio Paraíba / Nos braços do meu pai / Gilberto Correa
de Brito”, diz Gilvan em um de seus poemas publicados no livro “Delírios da
Vagina”, obra que ele gentilmente autografou para o Leão.
De volta para casa, no ônibus, li “Delírios da vagina”, um compêndio
poético bucetal onde Gilvan promete “invadir peitos, lábios, coxas, grelos,
canais e outros caminhos que levam aos prazeres de penetrar numa xoxota em
chamas e chegar à rosa dos ventos com a
disposição de conhecer os oito pontos cardeais do mundo”,conforme prefácio do
autor.
Temos o poeta marginal, e agora apresento o poeta vaginal neste 22 de
setembro, dia em que começa a primavera e dia do sorvete. O chato do Ameba aqui
me interroga: “o que diabo tem a ver vagina com sorvete?” Mandei perguntar a
Madame Preciosa, esperta nesses assuntos vagínicos, e escolhi essa composição
do Gilvan de Brito para o “poema do domingo” de hoje.
NUNCA AOS DOMINGOS
Hoje é quarta,
Amanhã é sábado.
Dois dias na semana.
Não existe segunda
Terça ou sexta-feira
Domingo, nem falar.
quarta
sábado
quarta
sábado
Somente dois dias
Descansando nos braços
No regato dos seios
Na curva das coxas
E no ponto mais profundo
Onde gritas a ladainha:
vai
não pare
está chegando
chegoooooooooou
São dois dias de amor
E do resto, o que faço?
Nada. Não faço nada.
Apenas me lembro
quarta
sábado
quarta
sábado.
É tudo de que eu preciso.
Gilvan de Brito
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