Eu com o "imortal" José Octávio de Arruda Mello, da Academia Paraibana de Letras |
Leonardo
Santos precisa pagar uma disciplina na faculdade e para isso é indispensável
que entreviste um sujeito enquadrado como “personalidade paraibana” para fazer
um perfil jornalístico. Lembrou de mim, perguntou se pode pegar algumas
declarações do velho Leão. Não sabia que era “personalidade paraibana”. Bom
saber. E mais ainda indicado por Bruno Gaudêncio, que asseverou ao estudante
conhecer meu trabalho. Bruno é escritor, jornalista e historiador de Campina
Grande, poeta e cineclubista. Atualmente é editor da revista eletrônica de
literatura Blecaute.
Como
um cara enxerido, curioso, jornalista sem diploma, não me considero
personalidade de nada. Recebo, porém, o lisonjeiro título e vou conversar com o
rapaz na minha humilde condição de escriba matuto, agradecendo as referências
do Bruno Gaudêncio, a quem não conheço pessoalmente.
Relevância
tem também o projeto do professor José Octávio de Arruda Mello, com apoio da
Fundação Casa de José Américo, que consiste na produção de uma coletânea sobre
a cidade de Itabaiana. Minha colaboração será com um trabalho tratando das
lutas sociais na terra de Pedro Fazendeiro. Recebi o convite pessoalmente do
mestre José Octávio, como quem diz “não tem desculpa”. Já cumpri minha parte,
mesmo sem me sentir à altura de participar de seleta literária onde consta o
nome desse monstro sagrado da historiografia paraibana. Reconheci no mestre Zé
Octávio um troço que é peculiar aos de nossa estirpe: a capacidade de se
apaixonar pelo que faz. Onde vai, ele leva os papéis do trabalho, fala disso em
toda reunião, em todo papo de esquina, dorme e acorda Itabaiana. O livro deve
sair no final do ano com muita novidade sobre a história de Itabaiana e algumas
coisas inventadas, como o fato de Valdo Enxuto do Correio ter entrado no cabaré
de Nevinha Rica em 1958 e só ter saído de lá na década de 60, quando casou.
Minha
cidade precisa prestar uma mínima homenagem a esse escritor José Octávio de
Arruda Mello, estudioso do contexto social, político e cultural da terra de
Fernando Pessoa, vulto que ele admira. “Fábio, eu sempre quis fazer uma
palestra em Itabaiana sobre esse grande homem público, Fernando Pessoa, o
último chefe político de lá, mas sempre me falta oportunidade”, confessou. Eu
garanti que quando o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar tiver sede própria, promoveremos
esse evento. Buscamos espaço, reconhecimento e estratégias de sobrevivência,
sempre esbarrando no desinteresse geral e na estupidez localizada.
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