segunda-feira, 13 de julho de 2015

Mestre Zé Octávio constrói nova narrativa da trajetória de Itabaiana

Eu com o "imortal" José Octávio de Arruda Mello, da Academia Paraibana de Letras

Leonardo Santos precisa pagar uma disciplina na faculdade e para isso é indispensável que entreviste um sujeito enquadrado como “personalidade paraibana” para fazer um perfil jornalístico. Lembrou de mim, perguntou se pode pegar algumas declarações do velho Leão. Não sabia que era “personalidade paraibana”. Bom saber. E mais ainda indicado por Bruno Gaudêncio, que asseverou ao estudante conhecer meu trabalho. Bruno é escritor, jornalista e historiador de Campina Grande, poeta e cineclubista. Atualmente é editor da revista eletrônica de literatura Blecaute.

Como um cara enxerido, curioso, jornalista sem diploma, não me considero personalidade de nada. Recebo, porém, o lisonjeiro título e vou conversar com o rapaz na minha humilde condição de escriba matuto, agradecendo as referências do Bruno Gaudêncio, a quem não conheço pessoalmente.

Relevância tem também o projeto do professor José Octávio de Arruda Mello, com apoio da Fundação Casa de José Américo, que consiste na produção de uma coletânea sobre a cidade de Itabaiana. Minha colaboração será com um trabalho tratando das lutas sociais na terra de Pedro Fazendeiro. Recebi o convite pessoalmente do mestre José Octávio, como quem diz “não tem desculpa”. Já cumpri minha parte, mesmo sem me sentir à altura de participar de seleta literária onde consta o nome desse monstro sagrado da historiografia paraibana. Reconheci no mestre Zé Octávio um troço que é peculiar aos de nossa estirpe: a capacidade de se apaixonar pelo que faz. Onde vai, ele leva os papéis do trabalho, fala disso em toda reunião, em todo papo de esquina, dorme e acorda Itabaiana. O livro deve sair no final do ano com muita novidade sobre a história de Itabaiana e algumas coisas inventadas, como o fato de Valdo Enxuto do Correio ter entrado no cabaré de Nevinha Rica em 1958 e só ter saído de lá na década de 60, quando casou.

Minha cidade precisa prestar uma mínima homenagem a esse escritor José Octávio de Arruda Mello, estudioso do contexto social, político e cultural da terra de Fernando Pessoa, vulto que ele admira. “Fábio, eu sempre quis fazer uma palestra em Itabaiana sobre esse grande homem público, Fernando Pessoa, o último chefe político de lá, mas sempre me falta oportunidade”, confessou. Eu garanti que quando o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar tiver sede própria, promoveremos esse evento. Buscamos espaço, reconhecimento e estratégias de sobrevivência, sempre esbarrando no desinteresse geral e na estupidez localizada.



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