quinta-feira, 9 de julho de 2015

Ando meio cheio de quase tudo

       Quem disse isso foi meu compadre Humberto. Eu também sigo o relator. Não sei bem onde o vento fez a curva, mas fez. As coisas cinzas, as pessoas fazendo curvas perigosas à direita, comandadas por boçais bolsanaros e outras pragas. Só não peço a conta e me mando porque estou em negociata com o diabo pra ver se rola alguma ideia fantasiosa mais ousada que me tire do rés do chão dessa mesmice fastidiosa. Vocês viram o prejuízo histórico que nos deram alguns imbecis sem caráter, com a destruição da escola de José Lins do Rego em Itabaiana? Estão vendo como ta penoso e fatigante morar nesse planeta de gente tão calhorda? Em Guarabira, prefeito mandou expulsar os artistas da Casa da Cultura. É como diz Chico Sá: é um Brasil caranguejo que só cisca pra trás. Se bem que caranguejo não tem esse costume das galinhas, mas fica por conta da licença poética.

          E ontem foi o aniversário dos 7 a 1. Não vale nada, não tem nada a ver, ninguém morreu por isso, é só um jogo de bola, mas se torna bem emblemático do país de cocô onde se sobrevive hoje, um lugar sem honradez, indecente e carente de autoestima. Tou cheio! E digo com Chico: “E a crise econômica faz dos falsos profetas mais filhos da puta, perdão, ainda, eles amplificam a demonização sobre os costumes. Vivem da ideia do diabo, este sim um inocente que não tira um centavo da pobreza brasileira, amém. Nunca precisamos tanto do diabo como agora. O diabo é o único que não cobra pedágio, mesmo que o usem para roubar a pobreza.”. Ele fala dos picaretas neopentecostais que estão se preparando para assumir o país. Ta tudo dominado.
          Um falso governo de esquerda bombardeado por uma fala oposição, e o povão tudo na base do “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Vou mesmo é sair pela tangente e me esconder na poesia. Para curtir sua bolha, vá de W.J. Solha. Pra sair do labirinto, vá de Sérgio de Castro Pinto. Para manter o afeto, João Cabral de Melo Neto. Para esclarecer os fatos, veja bem Zezita Matos. Para evitar sururu, curta bem Manoel Xudu. Não se faça de idiota, ouça o bardo Bob Motta. Querendo encontrar idílio, leia Astier Basílio. Ao pé do altar vá rezar pra André Ricardo Aguiar. Se o cordel é quem lhe diz, leia Francisco Diniz. Se a libido lhe seduz, consuma Vavá da Luz.
          Forçoso dizer que tive que mudar a rima de Manoel Xudu, em respeito à madame recatada que me dá a honra de ler a Toca. E tenho dito.



Nenhum comentário:

Postar um comentário