Como se sabe, sou colecionar
de poesia ruim, sendo que eu próprio me arvoro de poeta medíocre, mas fico com
Mário Quintana, esse sim, um poeta: “Para o espírito humano, melhor fazer
poesia, mesmo ruim”.
Recebi de presente um
livreto do poeta José Pessoa Cabral, que se diz funcionário público aposentado
e acadêmico da Academia Paraibana de Poesia, ocupando a cadeira nº 28,
patronada por Pereira da Silva, “primeiro paraibano a ingressar na Academia
Brasileira de Letras.” José Cabral é de Mari, terra do poeta José Hermínio.
Mas, o importante é ter atitude. O amigão foi à luta, publicou seu livreto e
sai vendendo a dois reais, de porta em porta. A vida financeira dos poetas dava
um livro...
O título da obra: “Críticas,
romantismo e homenagens do amigão”. Da seleção de sonetos, escolhi este para
minha coleção:
EU E MARIA BELA
De manhã quando eu acordo
Que abro a janela
Olho para Maria Bela
Do meu jeito eu abordo.
Ela diz: “eu não discordo
Que tu cuides da panela”.
Ai eu digo pra ela:
“De certo modo eu concordo”.
Maria se espriguiça
Dizendo: “Não faça doidiça
De me dá outro arrochão.
Manere no arrocho
Para me dar outro acocho
Vá devagar, furacão”
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