Idalmo com seu livro sobre Augusto dos Anjos |
Augusto dos Anjos tem duas vertentes em sua
obra: para uns, é o poeta da morte e da dissolução; na visão de outros, foi um
humanista e até espiritualista, sem nada de ateu ou agnóstico. Esse último
pensamento é defendido pelo professor Idalmo da Silva no seu livro “Augusto dos
Anjos por Augusto dos Anjos”, que será lançado no dia 15 de novembro em
Itabaiana, promoção do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar. O livro será
distribuído gratuitamente aos que estiverem no recinto da Câmara de Vereadores,
local do evento.
O mestre Idalmo fará uma breve palestra sobre
Augusto dos Anjos, faltando para completar o programa a parte artística. Não
sei se mostro o filme “Passadouro”, de Torquato Neto, ou convido meu amigo
poeta Heleno Alexandre para cantar alguns versos de sua autoria sobre seu
conterrâneo de Sapé. O certo é que estarei com o professor Idalmo neste sábado,
dia 2 de novembro, na Rádio Tabajara da Paraíba, no programa “Alô comunidade”,
para falar do poeta de Sapé que ficou conhecido por sua obsessão pela morte e
por sua retórica delirante, criativa e indicativa de sua perturbação interior.
Mas o “filho do carbono e do amoníaco” também foi um filósofo do lado bom da
humanidade, como a esperança. “A
esperança não murcha, ela não cansa, também como ela não sucumbe a crença. Vão-se
sonhos nas asas da descrença, voltam sonhos nas asas da esperança”, disse o
poeta sapeense.
É baseado nesse
sentimento que é a segunda das três virtudes teologais que eu programo um
filósofo e pensador para falar no rádio e proferir conferência em minha terra,
uma cidade como as demais deste país, tomada pela estupidez da indústria cultural.
No rádio, como na TV aberta, a preferência é para a programação rasteira, de má
qualidade, que deseduca as massas. Como tenho alguma esperança em que será
possível um dia reverter esse quadro desolador, é que dou oportunidade a que um
poeta nos aponte as fronteiras sagradas da arte e da poética místico-religiosa
científica daquele que, a despeito de ter cantado tanto a morte, verseja no
caminho da espiritualidade da matéria, conforme a teoria do meu eterno
professor Idalmo.
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