segunda-feira, 15 de junho de 2015

Projeto que estimula formação de leitores estará na rua nesta terça-feira em Itabaiana

Amaraji – zona da mata sul de Pernambuco. Jumento carrega 100 livros, inclusive cordéis. Tem contação de história e dramatização de texto ao ar livre. 

Às oito horas da manhã, a dona-de-casa Jacy Mendes está na frente do histórico 
prédio da Câmara de Itabaiana, ela e mais quatro pessoas, voluntários do Ponto de 
Cultura Cantiga de Ninar. Na escadaria do edifício, expõem livros para trocar. É o Projeto Livro na Feira, que tem por objetivo "estimular e consolidar os hábitos de leitura, procurando envolver os públicos que, regra geral, não têm acesso à mesma oferta cultural que existe nos centros urbanos maiores". A cidade não possui bibliotecas ou livrarias. O projeto terá o apoio do Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos para aluguel de tendas e outras atividades culturais na feira. Por enquanto, a proposta é mesmo estimular a troca de livros e divulgar autores locais. Nesta terça-feira, 16 de junho, o troca-troca de livros acontece mais uma vez, ficando definido que a ação ocorrerá quinzenalmente.

Os exemplares pertencem ao acervo da Biblioteca Comunitária Arnaud Costa, que está desativada momentaneamente porque o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar foi despejado de sua sede. “Estamos tentando reformar um prédio público para ocupar, mas, enquanto isso, vamos fazendo essas ações na rua”, disse Rosival Silva, um dos participantes. No último dia 7 de junho, a escritora itabaianense Jandira Lucena lançou seu livro “Uma homenagem a Violeta Formiga e outros escritos” na mesma Câmara Municipal. Foram vendidos 11 livros, no valor total de R$ 110,00, quantia que foi revertida para a campanha de reforma do galpão.

Eles explicam que recebem também doações de livros. “Serão bem vindos romances, livros de poesia, de teatro ou qualquer outro, menos livros didáticos ou técnicos”, explica Adilson Adalberto, da equipe do projeto, que é pioneiro na cidade. Para Jacy Mendes, proponente do projeto, a ideia é levar a feira de livros para as escolas, a fim de ampliar os espaços de leitura, “despertando o pensamento crítico e a formação de novos leitores”.

Em outras partes do Brasil, voluntários atuam em projetos semelhantes de difusão do livro, como o Bibliotaxi, em São Paulo, e o Jumento Bibliotecário, em Pernambuco.


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