Amaraji – zona da mata sul de Pernambuco. Jumento carrega 100
livros, inclusive cordéis. Tem contação de história e dramatização de texto ao
ar livre.
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Às oito horas da manhã, a dona-de-casa Jacy Mendes está na
frente do histórico
prédio da Câmara de Itabaiana, ela e mais quatro pessoas,
voluntários do Ponto de
Cultura Cantiga de Ninar. Na escadaria do edifício,
expõem livros para trocar. É o Projeto Livro na Feira, que tem por objetivo
"estimular e consolidar os hábitos de leitura, procurando envolver os
públicos que, regra geral, não têm acesso à mesma oferta cultural que existe
nos centros urbanos maiores". A cidade não possui bibliotecas ou
livrarias. O projeto terá o apoio do Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos
Anjos para aluguel de tendas e outras atividades culturais na feira. Por
enquanto, a proposta é mesmo estimular a troca de livros e divulgar autores
locais. Nesta terça-feira, 16 de junho, o troca-troca de livros acontece mais
uma vez, ficando definido que a ação ocorrerá quinzenalmente.
Os exemplares pertencem ao acervo da Biblioteca Comunitária
Arnaud Costa, que está desativada momentaneamente porque o Ponto de Cultura
Cantiga de Ninar foi despejado de sua sede. “Estamos tentando reformar um
prédio público para ocupar, mas, enquanto isso, vamos fazendo essas ações na
rua”, disse Rosival Silva, um dos participantes. No último dia 7 de junho, a
escritora itabaianense Jandira Lucena lançou seu livro “Uma homenagem a Violeta
Formiga e outros escritos” na mesma Câmara Municipal. Foram vendidos 11 livros,
no valor total de R$ 110,00, quantia que foi revertida para a campanha de
reforma do galpão.
Eles explicam que recebem também doações de livros. “Serão
bem vindos romances, livros de poesia, de teatro ou qualquer outro, menos
livros didáticos ou técnicos”, explica Adilson Adalberto, da equipe do projeto,
que é pioneiro na cidade. Para Jacy Mendes, proponente do projeto, a ideia é
levar a feira de livros para as escolas, a fim de ampliar os espaços de
leitura, “despertando o pensamento crítico e a formação de novos leitores”.
Em outras partes do Brasil, voluntários atuam em projetos
semelhantes de difusão do livro, como o Bibliotaxi, em São Paulo, e o Jumento Bibliotecário,
em Pernambuco.
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