Por
diversos motivos desimportantes, a gente vive de saquinho cheio, numa
neurastenia sem sentido. O mundo não muda. Nós que, de repente, mudamos. E
começamos a acumular agastamento. Essas alterações de humor são comuns na nossa
idade meio que provecta, nomezinho bonito a indicar um troço que nos atropela
ladeira abaixo da vida.
De
qualquer forma, o estresse é um monstrinho difícil de conviver. Muita calma
nessa hora, senão a coisa piora. Não sei onde li: “a vida é uma merda. O que a
gente faz com a merda é o que constitui a diferença.” Daí que a gente vai
entendendo a necessidade de se esforçar para não se exasperar por qualquer
coisinha e manter a calma. Definitivamente não vale a pena esquentar as
turbinas por causa do gato que fez xixi no sofá. Deixei de me encabular com
gente que se acha superior, criança insolente, barulho de funk no vizinho, idem
de evangélicos gasguitos e outras fuleiragens. Valem tanto quanto um par de
patins para um perneta. É só ignorar, botar lã nos ouvidos, mudar de calçada e
seguir em frente.
E
se a coisa prosperar, é tomar chazinho de convivência harmoniosa com a gente
mesmo, esquecer as descortesias e depositar num cofrinho secreto as nossas
decepções pra, quem sabe, um dia contabilizar essas coisinhas malignas e jogar
no mar das lamúrias inúteis. Fácil de falar, eu sei. Porém, e sempre tem um
entretanto, se a tua vida está meio que chegada à neurose, deita na tua caminha
macia e confortável, bota tua cabecinha no travesseiro fofinho, de fronha
facilmente removível e lavável, e pensa em como tua vida é um somatório de
venturas, boa sorte e bem estar. É claro que não tem aquela coisa egoísta de
pensar que sou feliz porque tenho comida, enquanto tantos passam fome. É só pra
entender que nossas pequenas atribulações não são dignas de tanto lero-lero.
Pronto,
dei o recado!
Nenhum comentário:
Postar um comentário