quinta-feira, 18 de junho de 2015

Livro trará trajetória de quase quatro décadas dos “Amigos da Rainha”

  
Compadre Zé Ramos já foi Presidente da Sociedade Zé da Luz e será um dos depoentes no livro

Num momento de ociosidade literária, iniciei pesquisas para editar um livro sobre o Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, em Itabaiana do Norte. Título provisório: “CANTIGAS DE DESPERTAR – Ações educacionais, artísticas e sociais do Ponto de Cultura”.

Sua gênese vem desde 1976 com a fundação da Sociedade Cultural Poeta Zé da Luz e o Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana, até se transformar em Sociedade Amigos da Rainha do Vale do Paraíba, mantenedora do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar. Tem muita história pra contar. De lá pra cá, foram 39 anos de navegação na fragilidade desses aventuras culturais em uma cidade pequena que vive entregue aos descuidados de outros aventureiros, esses piratas mesmo, de olho no ouro e na prata públicos.

Distante desde 1988, acompanho e participo de tentativas de montagens de peças, edições de jornais, nascimento e morte de ideias, alegrias e tristezas comuns na vida de um grupo que se transformou em instituição para fazer parte das listas oficiais em busca de alguma grana financiadora dos projetos. Em 2004, viramos Ponto de Cultura, aproveitando o título de uma peça de teatro, “Cantiga de ninar na rua” que montamos e foi muito bem sucedida. Passou mais de cinco anos em cartaz. Talvez tenha sido o espetáculo teatral amador montado no interior da Paraíba a ter vida mais longa.

Ao longo desses anos, muita gente passou pelo nosso grupo, deixando sua contribuição. Pretendo lembrar desse povo no livro, como uma forma de homenagear esses parceiros e registrar nossas dores, alegrias, conquistas e derrotas em 39 anos de peleja. São quase quatro décadas, uma vida. Penso assim: em outubro, completo sessenta anos e ta na hora de deixar tudo registrado para quando for me alistar na pátria dos extintos.

A prefaciadora do livro será Jandira Lucena, uma das fundadoras da equipe que deu origem à Sociedade Amigos da Rainha do Vale do Paraíba com seu grupo de teatro e ideias afins. Não somos apenas vaidosos, sedentos por atenção e reconhecimento, mas acho que temos até a obrigação de deixar escrito a história de um grupo que, em determinado momento histórico, foi fundamental para a vida cultural e artística da terra de Sivuca e Vladimir Carvalho. E será uma forma de dar força às lutas atuais. Precisamos, de vez em quando, soprar as brasinhas antes que a fogueira apague.

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