Compadre Zé Ramos já foi Presidente da Sociedade Zé da Luz e será um dos depoentes no livro |
Num momento de
ociosidade literária, iniciei pesquisas para editar um livro sobre o Ponto de
Cultura Cantiga de Ninar, em Itabaiana do Norte. Título provisório: “CANTIGAS
DE DESPERTAR – Ações educacionais, artísticas e sociais do Ponto de Cultura”.
Sua gênese vem
desde 1976 com a fundação da Sociedade Cultural Poeta Zé da Luz e o Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana, até se transformar
em Sociedade Amigos da Rainha do Vale do Paraíba, mantenedora do Ponto de
Cultura Cantiga de Ninar. Tem muita história pra contar. De lá pra cá, foram 39 anos de navegação na fragilidade desses aventuras culturais em uma cidade
pequena que vive entregue aos descuidados de outros aventureiros, esses piratas
mesmo, de olho no ouro e na prata públicos.
Distante desde
1988, acompanho e participo de tentativas de montagens de peças, edições de
jornais, nascimento e morte de ideias, alegrias e tristezas comuns na vida de
um grupo que se transformou em instituição para fazer parte das listas oficiais
em busca de alguma grana financiadora dos projetos. Em 2004, viramos Ponto de
Cultura, aproveitando o título de uma peça de teatro, “Cantiga de ninar na rua”
que montamos e foi muito bem sucedida. Passou mais de cinco anos em cartaz.
Talvez tenha sido o espetáculo teatral amador montado no interior da Paraíba a
ter vida mais longa.
Ao longo desses
anos, muita gente passou pelo nosso grupo, deixando sua contribuição. Pretendo
lembrar desse povo no livro, como uma forma de homenagear esses parceiros e registrar
nossas dores, alegrias, conquistas e derrotas em 39 anos de peleja. São quase
quatro décadas, uma vida. Penso assim: em outubro, completo sessenta anos e ta
na hora de deixar tudo registrado para quando for me alistar na pátria dos
extintos.
A prefaciadora do
livro será Jandira Lucena, uma das fundadoras da equipe que deu origem à
Sociedade Amigos da Rainha do Vale do Paraíba com seu grupo de teatro e ideias
afins. Não somos apenas vaidosos, sedentos por atenção e reconhecimento, mas
acho que temos até a obrigação de deixar escrito a história de um grupo que, em
determinado momento histórico, foi fundamental para a vida cultural e artística
da terra de Sivuca e Vladimir Carvalho. E será uma forma de dar força às lutas
atuais. Precisamos, de vez em quando, soprar as brasinhas antes que a fogueira
apague.
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