Essa cidade que se vê do céu viaja ao sabor das minhas melhores
lembranças. Foi nesse lugar que cresci, adolesci e casei, criei meus
anjos-curumins. No riozinho que lambe as bordas do lugar, pesquei piaba com
gosto de robalo, pitu com cheiro de lagosta. Pelos fantasmagóricos confins dos
seus becos, vielas, praças, estradinhas e campinhos de várzea, joguei, bebi,
tramei, escrevi, sonhei, amei, lutei e desenhei estrelas no peito com a ousadia
dos que nada podem, mas tudo acreditam.
Depois, pouco a pouco fui me afastando do meu lugar, tangido pela necessidade, nos caminhos do destino inexorável. A cidade não mudou muito, continua imutável seu traçado centenário, sua cultura da moléstia dos cachorros de linda e pura, embora latente, sem aparecer muito devido aos decibéis da estupidez desses tempos acidentais. Os da minha geração é que teimam em desencarnar. Ó que saudade que tenho da aurora de minha vida!
A gente só vive uma vez, mas pode morrer mais de uma. Na velha Rainha do Vale, a Itabaiana do Norte e dos meus cuidados, já viveu alguém que morreu duas vezes, conforme conto no meu livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes”, livrinho que teve o mérito de ser publicado com patrocínio do Ministério da Cultura, sendo que a morte jamais permitiu novamente semelhante abuso. Foi o primeiro e único bi-defunto. Continuo olhando para minha pequenina Rainha com o olhar do realismo fantástico, apontando com o dedo filial os matricidas que teimam em transformar minha cidadezinha numa Macondo qualquer, onde tudo é possivelmente impossível. Entenderam?
Mas, o propósito dessa crônica é mais uma vez denunciar o desrumo dessa terra que serviu de berço para uma plêiade de heróis e gente mágica, por conta dos que, nos últimos trinta anos, encontram-se no tal “contexto fático probatório” de que fala o Barbosa, relator do Mensalão no STF. Uma turma que mamou criminosamente nos peitos generosos da Rainha, prostando-a quase sem vida no leito do descaso. A situação ficou além do controle. Só o povo do lugar para fazer a Rainha seguir o melhor caminho e entregar a chave da cidade a alguém que possa ajeitar as coisas, com carinho e generosidade, honestidade e respeito a essa Majestade de passado tão glorioso. Ainda não foi dessa vez, mas eu continuo acreditando numa redenção futura.
Depois, pouco a pouco fui me afastando do meu lugar, tangido pela necessidade, nos caminhos do destino inexorável. A cidade não mudou muito, continua imutável seu traçado centenário, sua cultura da moléstia dos cachorros de linda e pura, embora latente, sem aparecer muito devido aos decibéis da estupidez desses tempos acidentais. Os da minha geração é que teimam em desencarnar. Ó que saudade que tenho da aurora de minha vida!
A gente só vive uma vez, mas pode morrer mais de uma. Na velha Rainha do Vale, a Itabaiana do Norte e dos meus cuidados, já viveu alguém que morreu duas vezes, conforme conto no meu livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes”, livrinho que teve o mérito de ser publicado com patrocínio do Ministério da Cultura, sendo que a morte jamais permitiu novamente semelhante abuso. Foi o primeiro e único bi-defunto. Continuo olhando para minha pequenina Rainha com o olhar do realismo fantástico, apontando com o dedo filial os matricidas que teimam em transformar minha cidadezinha numa Macondo qualquer, onde tudo é possivelmente impossível. Entenderam?
Mas, o propósito dessa crônica é mais uma vez denunciar o desrumo dessa terra que serviu de berço para uma plêiade de heróis e gente mágica, por conta dos que, nos últimos trinta anos, encontram-se no tal “contexto fático probatório” de que fala o Barbosa, relator do Mensalão no STF. Uma turma que mamou criminosamente nos peitos generosos da Rainha, prostando-a quase sem vida no leito do descaso. A situação ficou além do controle. Só o povo do lugar para fazer a Rainha seguir o melhor caminho e entregar a chave da cidade a alguém que possa ajeitar as coisas, com carinho e generosidade, honestidade e respeito a essa Majestade de passado tão glorioso. Ainda não foi dessa vez, mas eu continuo acreditando numa redenção futura.
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