domingo, 11 de maio de 2014

“Aqui vive um povo que merece mais respeito”


“A imagem do menino dá o tom do que senti ontem ao chegar no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar, em Itabaiana. É neste lugar que existe a única biblioteca da cidade. Quem puder doar um violão para este trabalho, encordoamentos, quem puder de alguma forma ajudar, certamente estará se engajando num projeto revolucionário. Comprei mais esta briga...” – Lau Siqueira, Presidente da Fundação Espaço Cultural - Funesc

Menino tange o violão na janela do Ponto de Cultura Cantiga de Ninar enquanto espera. Sua cidade pulsa cultura, seus irmãos e amigos produzem cultura todo dia, ele também. E espera. Esperando fica que alguém o veja, que os donos do poder façam pactos e parcerias com esses projetos simples, que acreditem no povo e seu potencial, que as oficinas culturais tenham lanche para a garotada, que os violeiros tenham encordoamento para seus instrumentos, que seja mais fácil a conexão por internet em banda larga decente, que um dia, quem sabe, esses pontos de cultura virem políticas públicas.

O menino e seus mestres são pessoas extraordinárias, embora não pareçam. Personagens de uma cultura viva para um Brasil vivo. Não o Brasil da burocracia, da politicagem, do jogo de poder, dos falsos brilhantes e dos demagogos, dos incompetentes e ridículos. É como diz Célio Turino, o inventor dos pontos de cultura: “esse povo dos pontos quer compreender realidades e aproximar pessoas, contextos e formas de interpretação. Quer quebrar hierarquias e construir novas realidades”.

O Cantiga de Ninar é uma joia rara do agreste paraibano.” – Pedro Santos, Gerente Executivo de Articulação Cultural da Secretaria Estadual de Cultura.



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