segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O mestre e o discípulo




Olhem que lirismo pungente nessas duas cenas, flagrantes de gente fina, elegante e sincera beijando mão de gente pobre e necessitada de carinho e atenção. Georges Bernanos raciocina que “o pobre prefere um copo de vinho a um pão, porque o estômago da miséria necessita mais de ilusões que de alimento”. Nas cenas acima, temos a ilusão de que as classes subalternas merecem o respeito dos ricos e bem situados na vida. É o fim da luta de classes. Nosso ilustre e celebrado José Maranhão só falta dizer que dinheiro não dá felicidade, e o que ele gosta mesmo é de visitar os pobrezinhos e beijar suas mãos como um súdito humilde dos reis da miséria. 

O rapaz de vermelho que beija a mão de sua eleitora é um seguidor de Zé Maranhão. Trata-se de Antonio Carlos Júnior, ex-prefeito de Itabaiana do Norte e candidato nesta eleição. É do mesmo partido de Zé e seu discípulo mais fiel. Aprendeu a fazer política na velha escola clientelista do PSD do passado, apesar de jovem. Antes dele nascer, Maranhão já perambulava pelas casas dos pobres pedindo votos e beijando mãos de eleitores. 

O populismo é uma cultura social, legado do melhor que o clientelismo criou. Ontem e hoje, visões convergentes da intenção de proporcionar ilusão de igualdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário