terça-feira, 25 de setembro de 2012

Alô meus amigos do rádio!




Esse trio gosta de botar a boca no aparelho


Hoje é o dia do rádio e eu esqueci de mandar alô para os meus companheiros radiofônicos, caras que gostam desse negócio de rádio desde pequeninos. Essas três feras que aparecem na foto acima são de Mari, terra onde morei por 12 anos, lugar que me deu a alegria de fundar a primeira rádio realmente comunitária da Paraíba, a Rádio Araçá. 

Da esquerda para a direita, temos Luiz Papa, Natan e Pedro Gerciano, três monstros sagrados do microfone brejeiro. Com meu compadre Papa, já rodei muito no seu Opala velho ou na minha Marajó caindo aos pedaços pelas estradas vicinais dos sítios e fazendolas, ele atrás de forró, eu atrás das forrozeiras. Trabalhou comigo na Rádio Araçá. 

Natan é o cara. Voz grave e suave, sujeito inteligente que saiu de Mari para São Paulo, mas sempre está visitando a terrinha. Foi o primeiro locutor a gravar vinheta na Rádio Araçá. 

Pedro Gerciano foi meu parceiro no teatro. Com ele fundei o Coletivo Dramático de Mari (Codrama), onde montamos o espetáculo “Mari, Araçá e outras árvores do paraíso”, que depois virou livro. É um locutor de nascença. Quando veio ao mundo, já pegava nos peitos da parteira pensando que era o botão da mesa de controle. Gosta de rádio tanto quanto gostava de cachaça. A paixão pela branquinha ficou pra trás. Pedro agora empresta sua bela voz às emissoras de Guarabira, parece que na Rádio Rural. Naquela cidade, tenho meu compadre Jota Alves, outro que aprendeu o bê-a-bá do rádio na Araçá, hoje também profissional formado em radialismo. 

Meu alô também pra Marcos Veloso, o cara que foi meu companheiro na minha primeira experiência radiofônica, na cidade Itabaiana do Norte, na Rádio Difusora Nazaré do compadre Ivo Severino, em 1974. Com Marcos corremos com o transmissor na cabeça, perseguidos pelo antigo Dentel. Com ele também fui preso em 2002 na mesma Itabaiana, por cometer o crime de operar rádio sem licença do Governo. Esse sujeito está comigo desde sempre, brigando pela liberdade de expressão via ondas do rádio, ele que também tem o gosto pelo rádio no sangue. Nossas palpitações são marcadas em megahertz

Meu compadre Dalmo Oliveira, repórter que o distinto leitor pode considerar nato, aquele que tem o faro da notícia. Não pode chegar em velório que tem logo vontade de entrevistar o defunto. Deu-se que na cidade de Sapé, o cargo de prefeito era de altíssima rotatividade. Todo dia saía prefeito e entrava prefeito. Dalmo foi entrevistar a mulher do prefeito que chegava: “Como a senhora se sente como a 4ª Primeira Dama?”. 
O velho Fábio Mozart ainda hoje pratica o radiojornalismo



Um comentário:

  1. Um história de lutas, Fábio. Mas, lutas que se justificam e dão a sensação de dever cumprido.
    Lembranças a meu compadre Ivo e ao meu afilhado Céu.

    Geraldo Xavier

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