Esse trio gosta de botar a boca no aparelho |
Hoje é o dia do rádio e eu esqueci de mandar alô para os meus companheiros
radiofônicos, caras que gostam desse negócio de rádio desde pequeninos. Essas
três feras que aparecem na foto acima são de Mari, terra onde morei por 12
anos, lugar que me deu a alegria de fundar a primeira rádio realmente
comunitária da Paraíba, a Rádio Araçá.
Da
esquerda para a direita, temos Luiz Papa, Natan e Pedro Gerciano, três monstros sagrados do microfone brejeiro. Com meu compadre Papa, já rodei muito no seu
Opala velho ou na minha Marajó caindo aos pedaços pelas estradas vicinais dos
sítios e fazendolas, ele atrás de forró, eu atrás das forrozeiras. Trabalhou
comigo na Rádio Araçá.
Natan é
o cara. Voz grave e suave, sujeito inteligente que saiu de Mari para São Paulo,
mas sempre está visitando a terrinha. Foi o primeiro locutor a gravar vinheta
na Rádio Araçá.
Pedro Gerciano
foi meu parceiro no teatro. Com ele fundei o Coletivo Dramático de Mari
(Codrama), onde montamos o espetáculo “Mari, Araçá e outras árvores do
paraíso”, que depois virou livro. É um locutor de nascença. Quando veio ao
mundo, já pegava nos peitos da parteira pensando que era o botão da mesa de
controle. Gosta de rádio tanto quanto gostava de cachaça. A paixão pela
branquinha ficou pra trás. Pedro agora empresta sua bela voz às emissoras de
Guarabira, parece que na Rádio Rural. Naquela cidade, tenho meu compadre Jota
Alves, outro que aprendeu o bê-a-bá do rádio na Araçá, hoje também profissional
formado em radialismo.
Meu alô
também pra Marcos Veloso, o cara que foi meu companheiro na minha primeira
experiência radiofônica, na cidade Itabaiana do Norte, na Rádio Difusora Nazaré
do compadre Ivo Severino, em 1974. Com Marcos corremos com o transmissor na
cabeça, perseguidos pelo antigo Dentel. Com ele também fui preso em 2002 na
mesma Itabaiana, por cometer o crime de operar rádio sem licença do Governo.
Esse sujeito está comigo desde sempre, brigando pela liberdade de expressão via
ondas do rádio, ele que também tem o gosto pelo rádio no sangue. Nossas
palpitações são marcadas em megahertz.
Meu
compadre Dalmo Oliveira, repórter que o distinto leitor pode considerar nato, aquele
que tem o faro da notícia. Não pode chegar em velório que tem logo vontade de
entrevistar o defunto. Deu-se que na cidade de Sapé, o cargo de prefeito era de
altíssima rotatividade. Todo dia saía prefeito e entrava prefeito. Dalmo foi
entrevistar a mulher do prefeito que chegava: “Como a senhora se sente como a
4ª Primeira Dama?”.
Um história de lutas, Fábio. Mas, lutas que se justificam e dão a sensação de dever cumprido.
ResponderExcluirLembranças a meu compadre Ivo e ao meu afilhado Céu.
Geraldo Xavier