Ontem, terça-feira, postei uma nota sobre o aluno
que ganhou o concurso de redação do jornal EVOLUÇÃO. Na mensagem eu afirmava
que “vazou o nome do estudante ganhador do certame literário”, citei o nome da
escola e acrescentei: “Tem uma lenda urbana rolando por aí, segundo a
qual o estudante atualmente não sabe ler nem escrever direito, por falta de
estímulo. A língua escrita realmente é um problema para quem não lê. Mas,
sempre tem as tais exceções que justificam a regra. Parabéns ao Evandro.”
Essa mensagem foi lida em programas de rádio em
Itabaiana, causando revolta entre colegas e professores do estudante. A
diretora da escola me ligou, exigindo explicações. Primeiro, ela não gostou do
termo “vazou”, uma expressão de linguagem jovem, significando que foi publicado,
que veio à tona. Depois, confessou que estava revoltada porque eu disse que o
estudante não sabia ler nem escrever e a culpa era dos professores que não o
estimulavam.
Expliquei à diretora que, quando falei em estudante,
estava me referindo ao conjunto dos alunos brasileiros, e não ao rapaz que fez
a redação. Ocorreu aí um típico problema de “ruído na comunicação”, que é
qualquer elemento que interfere no processo de comunicação de uma mensagem de
um emissor para o receptor.
Os especialistas citam quatro tipos de ruídos na
comunicação: físico, fisiológico, psicológico e semântico. No caso, acho que se
deu ruído de comunicação por problema semântico. As pessoas leram uma mensagem
da qual não conseguiram entender o seu contexto.
A diretora pediu desculpas. O rapaz também se
manifestou, entendeu minha justificativa. Eu, de minha parte, acho que também deveria
ter exposto melhor a ideia. A mensagem foi mal elaborada e pior recebida pelo
receptor. Resultado: consumiu energia em vão, causou dissabores porque a
comunicação não fluiu com clareza.
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