Eu
aqui lendo “Os grandes julgamentos da História”, um livro capa dura sobre um
alto funcionário do rei da França, nos tempos de capa e espada. O rei Carlos
VII manda prender o superintendente real, Jacques Couer, o homem mais rico do
reino e de toda a Europa daquele tempo. Tipo assim o dono da Odebrecht que foi
fazer curso de leão por causa de uns escandalozinhos. O Rei, para se ver livre
das dívidas, manda julgar o seu assessor direto que lhe emprestava dinheiro. O
pretexto: a amante do Rei morrera de parto, e o bicho cismou que o seu genial
agente financeiro foi o responsável. Acusado de bruxaria, o Jacques Couer foi
julgado por um tribunal especial escolhido a dedo pelo Rei. O soberano absoluto
tinha essa prerrogativa. Claro que o réu foi decapitado e sua riqueza dividida
entre os juízes e o próprio Rei Carlos VII.
Tem
o caso de dona Dilma que está para ser julgada por ter dado umas pedaladas
fiscais, tipo assim tirar grana de um canto e botar em outro, tapar buraco,
fazer as tais engenharias financeiras que todo governo fez, faz e fará. Os seus
julgadores têm o olho comprido no poder e na possibilidade de deter a máquina
da polícia e da Justiça que avança no lamaçal da corrupção, atingindo altas
ratazanas de colarinho branco e passado sujo.
Machado
de Assis: “A vida é a variação de meia dúzia de situações chaves”. E não é que
é mesmo! Pegue os babados de agora e compare com a História do Brasil. Ta tudo
lá e continua aqui. Em 1501, um ano após Pedro chegar ao Brasil, navegadores
franceses chegam para explorar as quebradas. Exploram o mais que podem e começa
a putaria da gente ceder o ouro e receber em troca as miçangas. Em 1530,
inventam as capitanias hereditárias, em voga até hoje. Ou você não sabe que
apenas seis famílias comandam toda a comunicação do país? E por aí vai. São
mais de quinhentos anos com a gente caminhando em círculo. Quando se caminha em
círculos, quem vai na frente, quem vai atrás?
Em
1595, o Rei Felipe II assina uma lei que proíbe a escravidão dos índios no
Brasil. Dona Princesa Isabel assinou a lei de libertação dos escravos negros
sob pressão dos ingleses, donos do mundo naquela época. Os estrangeiros
poderosos sempre mandaram nos brazucas. Agora mesmo, falam de um golpe militar.
Quem fala? Uns babacas ignorantes, desconhecedores das motivações econômicas e
políticas que regem o mundo. Sem aval dos Estados Unidos não tem golpe. E eles
estão satisfeitos com a embromação de dona Dilma.
Sim,
outra constatação: não existe horário de verão para aposentado. E arroz doce
com canela é tão bom! Não sei porque diabo de associação de ideias, me veio
esse arroz que não experimento faz séculos. Tem gente que não ta nem aí pra
essas pedaladas todas e só pensa num bodezinho assado com cará São Tomé e suco
de abacaxi gelado, no que apoio totalmente.
Nota:
o título dessa postagem não tem nada a ver. Apenas uma anedota que me passou
pela cabeça. Foi mal!
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