sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Quase crônica de Natal


Não faço parte dos enternecidos com o Natal. Não dou nem quero cumprimentos formais. Não compro peru nem cidra Cereser para a ceia. Não uso roupa nova nem dou presentes. Não gasto meu 13º com sinos, cornetas e estrelas. Quero que todos sejam felizes, aqui e agora, hoje e amanhã, mas não me venha com empulhação.
Confesso que me deu vontade de pegar antigos cartões de Natal e enviar para alguns endereços, só pelo simples fato de que não se usa mais esse tipo de mensagem. São cartões pintados por artistas sem braços. Não postei nos Correios porque não sei onde botei os tais cartões, presente de uma pessoa querida.
No Natal, não passe a borracha em tudo por alguns momentos para fingir que deseja “muita paz, muita saúde, muita alegria”. Acho que nem os mais conservadores cristãos aguentam, no íntimo, esse sorriso falsificado e essas frases “criativas”. Cumprimente assim seu inimigo mais ou menos oculto: “Desejo que você seja menos safado e respeite mais seus semelhantes daqui por diante”. E lembre ao seu colega de trabalho que, se possível, ele e você diminuam um pouco a guerra em 2016. Que você e ele deixem de puxar o saco do patrão na luta incessante por melhores posições. Ou, se vai continuar em 2016 as intrigas, fuxicos, injúrias, boatos, puxadas de tapete, que pelo menos tenham o resto de dignidade de não desejar boas festas uns aos outros no fim do ano.
Fico aqui torcendo que 2016 seja um ano de menos encenação social e que se levante o dissimulado manto de feliz natal e próspero ano novo, e os cães e gatos assumam seus verdadeiros papeis, sem falsas emoções.






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