Não faço
parte dos enternecidos com o Natal. Não dou nem quero cumprimentos formais. Não
compro peru nem cidra Cereser para a ceia. Não uso roupa nova nem dou
presentes. Não gasto meu 13º com sinos, cornetas e estrelas. Quero que todos
sejam felizes, aqui e agora, hoje e amanhã, mas não me venha com empulhação.
Confesso
que me deu vontade de pegar antigos cartões de Natal e enviar para alguns
endereços, só pelo simples fato de que não se usa mais esse tipo de mensagem.
São cartões pintados por artistas sem braços. Não postei nos Correios porque
não sei onde botei os tais cartões, presente de uma pessoa querida.
No Natal,
não passe a borracha em tudo por alguns momentos para fingir que deseja “muita
paz, muita saúde, muita alegria”. Acho que nem os mais conservadores cristãos
aguentam, no íntimo, esse sorriso falsificado e essas frases “criativas”.
Cumprimente assim seu inimigo mais ou menos oculto: “Desejo que você seja menos
safado e respeite mais seus semelhantes daqui por diante”. E lembre ao seu
colega de trabalho que, se possível, ele e você diminuam um pouco a guerra em
2016. Que você e ele deixem de puxar o saco do patrão na luta incessante por
melhores posições. Ou, se vai continuar em 2016 as intrigas, fuxicos, injúrias,
boatos, puxadas de tapete, que pelo menos tenham o resto de dignidade de não
desejar boas festas uns aos outros no fim do ano.
Fico aqui
torcendo que 2016 seja um ano de menos encenação social e que se levante o dissimulado manto de feliz natal e próspero ano novo, e os cães e gatos assumam seus
verdadeiros papeis, sem falsas emoções.
Nenhum comentário:
Postar um comentário