PÁTRIA ARMADA
F. Mozart
Vem da sarjeta, vem do gueto
infecto,
Do cais do porto, das noites animais,
A horda insana que se joga em repto,
Infantes podres em tons espectrais
Formando assim um virulento aspecto
De uma vanguarda vã, passionais.
Do cais do porto, das noites animais,
A horda insana que se joga em repto,
Infantes podres em tons espectrais
Formando assim um virulento aspecto
De uma vanguarda vã, passionais.
E ao “civismo” os cães declaram
guerra
Já que ultrajados e párias da terra.
Já que ultrajados e párias da terra.
Sem ter raiz, a tropa suicida
Se veste de excremento e cheira cola,
Parteja a morte, come e bebe a vida
Que o capital lançou, granada-esmola
Do grande arsenal que é uma ferida
Olhando do buraco da sacola
Vazia, de aversão e fel inchada,
Assim caminha a minha pátria armada.
Essa epopeia vil, degenerada,
Dedico aos deuses e reis do império
Que alimentam a minha pátria armada
Com confiança e paz de cemitério.
Só vós, a cujos reinos a manada
Doa com fé a sua mente estéril,
Preparas, como perito soldado,
A bomba de efeito retardado.
A justiça de Deus tarda e não falha,
Diz o dogma cristão ocidental,
Por isso, enquanto aguarda sua mortalha
O infante vai traçando todo o mal
De que é capaz sua garra, e estraçalha
A divina formação piramidal
Das elites, celestiais pilares,
Comprometendo as forças regulares.
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