quarta-feira, 25 de abril de 2012

Goleiros



O MENOR GOLEIRO DO MUNDO
O menor goleiro do mundo defendia o mesmo time do menor beque central do planeta. Essa dupla jogava pelo União Sport Club de Itabaiana. O goleiro chamava-se Cera, com seus 1,50 de altura. Na zaga, pontificava o Índio, do mesmo tamanho. Só que compensavam a pouca estatura com muita elasticidade e garra.

PEDRO FÉLIX
Outro goleiro sui generis do União foi Pedro Félix. Esse era alto, mas não caía nas bolas rasteiras. Só garantia pegar bolas vindas à meia altura. Devido ao seu extraordinário senso de colocação, transmitia confiança aos companheiros.

GOLEIRO CEGO
O goleiro Severino Batista, da Associação Atlética do Canteiro, de Mari, era míope. Devido ao alto grau do seu distúrbio de visão, só conseguia ver a bola quando estava próxima. Para orientar o goleiro, que via tudo desfocado, o técnico Jason ficava atrás do gol, orientando:
--- Atenção, Severino! A bola vem do lado direito. Cuidado que ele vai chutar!

RESERVA DE LUXO
Didi foi goleiro reserva do Vila Nova de Itabaiana. O suplente tinha uma boa envergadura e pose de guarda-valas, como se dizia naquele tempo. Só que gostava de pegar uns frangos e perus, além de outras aves. Em um jogo contra o União, o goleiro do Vila machucou-se. O técnico Levi mandou o zagueiro assumir a posição. Deixou Didi no banco de reservas, para delírio dos torcedores.

JOÃO DO BOI (1)
João do Boi, goleiro do glorioso União Sport Clube, ficou conhecido nem tanto pelas defesas que fazia no gol, mas principalmente pelo seu jeito irreverente e debochado de jogar bola. Todo mundo, incluindo o juiz e os adversários, caía na gargalhada com as presepadas de João do Boi. Era um palhaço vestido de goleiro.

JOÃO DO BOI (2)
As pessoas diziam a respeito do goleiro gaiato: se não fosse tão moleque, poderia ser um profissional. Não sei onde anda João do Boi hoje. Sua profissão era levar bois brabos para o matadouro, daí o apelido. Ficou na memória a alegria desse atleta surpreendente, dando molho especial a um esporte onde predomina a truculência e intolerância.

LULA (1)
O goleiro Lula começou jogando no modestíssimo Vera Cruz do distrito de Campo Grande, Itabaiana. Depois defendeu o Vila Nova, sendo contratado pelo Botafogo da capital João Pessoa.

LULA (2)
No Botafogo, tornou-se ídolo da torcida. No dia 14 de novembro de 1967, seu time jogou uma partida amistosa contra o extraordinário Santos de Pelé em busca do seu histórico milésimo gol. Nesse dia, o prefeito decretou feriado e todo mundo foi ver Lula levar o 1.000º do Rei.  Só que, apesar do esforço de Lula para ser vazado por Pelé, o crioulo mágico só fez um gol, o 999º, depois foi jogar no lugar do goleiro do seu time para não correr o risco de fazer o milésimo na Paraíba. Foi a maior frustração da carreira de Lula, o único goleiro do mundo a lamentar não ter levado um gol.

LUIZ BOCÃO
Luiz Bocão era goleiro reserva do Botafogo da Maloca. Foi outro que também teve a desfeita de permanecer no banco de reservas enquanto um jogador de linha substituía “Cheio de Perna”, goleiro titular do time. Igual a Didi, com estampa de goleiro, alto e forte, mas escandaloso na arte de levar “frangos”.
(Do livro inédito “Fatos pitorescos do futebol”, de Arnaud Costa)


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