quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Não sacrifico meu cachorro


Este cachorro dormiu debaixo da minha rede durante mais de 18 anos. Agora, já velho, meio surdo, quase cego, foi colhido por um carro na rua e quebrou o quadril. Sem andar, pegou uma inflamação nos testículos. Recomendação: sacrificar o bicho. Não acho justo mandar matar meu amigo. Sendo assim, o que fazer com os velhinhos, aleijados, cegos e surdos? Não é merecido.

Paguei mais de R$ 400 reais para operar o meu amigo Rambo. O veterinário disse que ele ainda vive razoavelmente confortável por mais um ou dois anos. Velhice e deficiência não é doença, é só uma condição da qual ninguém está livre. Eu mesmo já me encontro ruim da vista, ouvindo pouco, com um ovo gorado, mas gostaria que cuidassem de mim até o último momento. Trato do meu cão igual minha mãe me tratava quando pequeno e frágil.

Rambo é um membro da família. Mesmo doente e incapaz de andar, ele ainda rosna para o pitbul Miruca, o outro cão, porque sabe de sua ascendência, preservando sua dignidade de cachorro. Quando eu estiver urinando nas calças, quero que me tratem como trato meu bichinho.

“Quanto mais se conhece os homens, mais se gosta de cachorros”, é a frase que corre por aí. Gosto mais desta: “O cachorro é o maior amigo do homem, e eu sou o maior amigo da mulher”. Pensamento besta como este: “O mais nobre dos cachorros é o cachorro-quente: alimenta a mão que o morde.”

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