Voltou
a pregar a luta
E a
insubmissão
Entre
os trabalhadores
Que era
a sua missão
Na
cidade estacionária
Itabaiana
de então.
As
“forças reacionárias”
Do
primeiro de abril
Trancaram
todas as portas
Democráticas
do Brasil
Mas
Francisco, corajoso,
Se recusa
a ser servil.
No
jornal EVOLUÇÃO
Continuava
a jornada
Fazendo
filosofia
Demonstrando,
escancarada,
“a
pequenez de um tudo
E a
grandeza do NADA”.
Outra
frase de Francisco:
“Temos
poema e encanto
Porque
o poeta livre
Falando
de paz ou pranto
Não
discute a utilidade
E a
virtude do seu canto”.
Na
cidade Itabaiana
Naquela
fase sombria
O
Antonio Santiago
Era
“autoridade guia”
Chefe
supremo da urbe
Quem
fazia e desfazia.
O
jornalista Francisco
Sem
medo e sem covardia
Metia o
pau no chefão
No jornal
onde escrevia
Apesar
de poderoso
Nele de
frente batia.
Entre
as acusações
Publicadas
no jornal
Dizia
que Santiago
Trouxe
um “sujeito do mal”
Um tal
de Tenente Serpa
Só para
“baixar o pau”
“Dar
surra e prender o povo”
Verdugo
da ditadura
Desacatando
a cidade
“Mas a
fruta ta madura,
Um dia
apodrece e cai
Com sua
semente impura”.
Cecílio
Batista era
Competente
jornalista
O “Zé
da Silva” afamado
Que d’O
Norte era cronista
Filho
de Itabaiana
Também
entrou nessa lista
Dos que
foram espancados
Pelo
terrível tenente
Por
falar mal do prefeito
Homem
muito intransigente
Perseguidor
e fascista
Conforme
se vê na frente.
Só
Chico teve coragem
De
denunciar o fato
Por ter
um homem de imprensa
Sofrido
tal desacato
Narrando
no EVOLUÇÃO
Toda
vileza do ato.
O
Antonio Santiago
Tornou-se
seu grande algoz
Reprimindo
a liberdade
Sua
pena e sua voz
Com
denúncias cavilosas
Ao
poder supremo atroz
Dos
poderosos fardados
Que
comandavam a nação
Com mão
e testa de ferro
Representando
o grilhão
Da
dependência econômica
E da
vil sub missão
Ao
interesse estrangeiro
Conforme
a oposição
Que
ainda tinha coragem
De
falar e dizer “não”
Diante
do terrorismo
Da
tortura e delação.
Antonio
B. Santiago
Foi um
ativo informante
Da
repressão verde-oliva
Conforme
se vê adiante
Registro
do EVOLUÇÃO
Daquele
tempo inconstante.
Sessenta
e duas denúncias
Aos
órgãos de segurança
Envolvendo
muita gente
Atingidos
pela lança
Da
delação cavilosa
Onde a
memória alcança.
(Do
folheto inédito “Chico Veneno, o homem que intoxicou a burguesia”, de Fábio
Mozart – Continua no próximo domingo)
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sábado, 21 de novembro de 2015
POEMA DO DOMINGO
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