“Deus ama a quem contribui com
alegria” (Coríntios, 9:7). Assim veio o fecho do convite que recebi de dona
Dedinha, espécie de porta-voz do movimento social de Tavares, uma cidade que
tem 14 mil habitantes, no alto da serra do Teixeira, distante 429 quilômetros da
capital da Parahyba do Norte. É para eu fazer capacitação para jovens que
trabalham como voluntários na Rádio Comunitária São Miguel FM nos dias 05 e 06
de dezembro vindouro. Mesmo sem ser corintiano nem católico, aceitei visitar
essa terra fundada por um padre, Francisco Tavares, por volta de 1870.
O site da Rádio São Miguel diz que ela tem 17 anos de existência, e que “jamais se deixou subordinar ao domínio, comando ou orientação de qualquer outra entidade, conservando dessa forma sua autonomia e objetivando a efetivação de um jornalismo e de uma programação imparcial, a serviço da vida e da esperança e pautada nos princípios de respeito à pessoa humana e, portanto, da não discriminação de raça, religião, sexo, preferências sexuais ou convicções política-ideológica-partidárias!”.
Foi meu compadre velho baiano Dalmo Oliveira quem me indicou, e lá vamos
nós na caravana da Rádio Zumbi dos Palmares para mais uma jornada de
treinamento de futuros comunicadores, olhando com espanto essa Paraíba velha de
guerra, seus sertões, suas serras, seu povo rico de tradições e de imensa
solidão geográfica, social e econômica.
Em Tavares, mostraremos o filme “Feminino
plural”, documentário-ficção que aborda as rádios comunitárias do ponto de
vista das mulheres. As filmagens foram feitas em locações na periferia de João
Pessoa, capital da Paraíba, com direção de Rodrigo Brandão e fotografia de
Jacinto Moreno para roteiro de Fábio Mozart. Muitos depoimentos dos que fazem e
ouvem as rádios. Uma comunidade luta para não ser calada pela repressão do Governo,
que fecha violentamente a rádio comunitária do bairro Jardim Veneza.
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