Ontem, 8 de abril, foi o aniversário
da cidade onde nasci, Timbaúba, a Princesa Serrana. Vim ao mundo na beira do
rio Capibaribe Mirim, na Rua do Sapo. Depois,
à medida em que a renda familiar ia descendo, a gente subia o morro. Terminei
morando no alto do morro do Cruzeiro. Cinquenta anos depois, me dá aquela
lembrança doce de que fala Casimiro de Abreu. A história da “aurora da vida”, “noites
de melodia” e “ingênuo folgar”.
Timbaúba foi fundada em 8 de abril de
1879. Hoje, vivem cerca de 53 mil almas naquela terra boa, na zona da mata
norte de Pernambuco. Terra de engenhos de açúcar e da indústria de sapatos,
Timbaúba dos Mocós é também de minha avó Biu Melo, onde meu pai foi poeta, juiz
de futebol, cronista, boêmio e tipógrafo.
Quando saímos de Timbaúba para morar
em Itabaiana, as duas cidades eram rivais em tudo. Do futebol ao carnaval, cada
qual queria superar a outra. Atualmente, não dá nem pra comparar. Timbaúba cresceu,
industrializou-se, criou faculdades, duplicou a população. Itabaiana, minha
segunda pátria, permanece como estava em 1970. Aliás, piorou um pouquinho,
conforme testemunho de amigos que ainda vivem por lá.
Naqueles “tempos ditosos” do poema de
Casimiro de Abreu, eu era “livre filho das montanhas” de minha Timbaúba,
princesinha serrana. O mundo era um “sonho dourado”. Depois, fui subindo as
serras e baixando a bola. Sem lírica que me ampare, lembro nostálgico o
aniversário daquela comunidade.
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