“Minhas memórias sucumbem ao terremoto em Katmundu, triste”. Frase postada pela carnavalesca Ednamay Cirilo. O terremoto do Nepal deixou triste uma
mulher alegre. E quem mais? No Facebook, local de queixumes e alegrias
pessoais, pouquíssimas almas lembram dessa tragédia de proporções, digamos, de
hecatombe. Outros, insistem em afirmar que “o Senhor é meu pastor”, mas não se
lembram de pedir preces para os milhares de seres humanos que foram soterrados
no terremoto. A vida continua na terra. A poesia da vida vai fazendo seu
rastro. “Poesia não é de quem escreve, mas de quem precisa dela”. A poesia de
hoje seria a da solidariedade aos homens, mulheres e crianças do Nepal.
Fofinha a foto da gatinha que morreu. A dona postou com uma
mensagem de tristeza, informando que chorou a noite toda. Outros celebram
aquele “eu” maravilhoso que existe dentro de cada um. O crente insiste em
lembrar que “Jesus te ama”, sem saber que no Nepal os hinduístas fazem a
terceira maior religião do mundo em número de seguidores. Tem origem em
aproximadamente 3.000 a.C. na antiga cultura Védica. As divindades do Nepal
também te amam, pobre ignorante! Resta ao crente ocidental amar o resto da
humanidade, respeitar as coisas antigas e a fé do outro. Os hindus são
politeístas, acreditam em vários deuses. O principal é Brahma, mas eu não
recomendo fazer piada em torno disso. Brahma representa a força criadora do
universo. E a que destrói também. Matsya é a deusa que salvou a espécie humana
da destruição. Essa deusa estaria de folga no dia da hecatombe.
Jodelice foi quem acertou na mosquinha: “Enquanto
estamos trancados em nossas casas, focados nas conexões e navegações além mar,
deixamos ancorados em nossos corações o sentido e atitude da vida. Viver entre
seus semelhantes com dignidade e respeito.”
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