segunda-feira, 27 de abril de 2015

Terremoto não abala mentes egocentradas



“Minhas memórias sucumbem ao terremoto em Katmundu, triste”. Frase postada pela carnavalesca Ednamay Cirilo. O terremoto do Nepal deixou triste uma mulher alegre. E quem mais? No Facebook, local de queixumes e alegrias pessoais, pouquíssimas almas lembram dessa tragédia de proporções, digamos, de hecatombe. Outros, insistem em afirmar que “o Senhor é meu pastor”, mas não se lembram de pedir preces para os milhares de seres humanos que foram soterrados no terremoto. A vida continua na terra. A poesia da vida vai fazendo seu rastro. “Poesia não é de quem escreve, mas de quem precisa dela”. A poesia de hoje seria a da solidariedade aos homens, mulheres e crianças do Nepal.

Fofinha a foto da gatinha que morreu. A dona postou com uma mensagem de tristeza, informando que chorou a noite toda. Outros celebram aquele “eu” maravilhoso que existe dentro de cada um. O crente insiste em lembrar que “Jesus te ama”, sem saber que no Nepal os hinduístas fazem a terceira maior religião do mundo em número de seguidores. Tem origem em aproximadamente 3.000 a.C. na antiga cultura Védica. As divindades do Nepal também te amam, pobre ignorante! Resta ao crente ocidental amar o resto da humanidade, respeitar as coisas antigas e a fé do outro. Os hindus são politeístas, acreditam em vários deuses. O principal é Brahma, mas eu não recomendo fazer piada em torno disso. Brahma representa a força criadora do universo. E a que destrói também. Matsya é a deusa que salvou a espécie humana da destruição. Essa deusa estaria de folga no dia da hecatombe.


Jodelice foi quem acertou na mosquinha: “Enquanto estamos trancados em nossas casas, focados nas conexões e navegações além mar, deixamos ancorados em nossos corações o sentido e atitude da vida. Viver entre seus semelhantes com dignidade e respeito.” 

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