Romualdo Palhano é um dos mais persistentes e criativos artistas itabaianenses de minha geração. Construiu uma obra extensa – quatro livros
infantis, três de poesias, uma coletânea de obras sobre teatro e algumas sobre
sua terra natal, sendo esta a última de uma trilogia que começou com “O teatro
na terra de Zé da Luz”, continuou com “Eu e a Rainha do Vale” e fecha sua
narrativa sobre a cidade que o acolheu quando garoto, apresentando “Itabaiana
em fatos e fotos”.
Dedicado ao teatro e à literatura, Romualdo Palhano é ainda
professor universitário no Amapá, responsável pela ascensão da arte cênica
naquele estado brasileiro nos últimos tempos.
Romualdo geralmente escreve movido por um telúrico desejo e
orgulho de mostrar de onde veio e porque foi forjado dessa forma, ao receber as
influências de tantos artistas da terra do poeta Zé da Luz.
Neste livro ele destaca a atitude provinciana de
colecionar retratos antigos, ao lado de uma prosa saudosa e ao mesmo tempo
histórica. Servindo-se desse recurso, das fotografias, o autor consegue mostrar
uma obra ao mesmo tempo intimista e urbana, incluindo aspectos de sua vida
entre os caracteres ambientais e vivenciais de uma cidade que ficou no passado,
entretanto, ainda supostamente viva ou supostamente morta, dependendo do olhar
de quem a vê.
O livro se realiza também no plano histórico, na medida em que
focaliza Itabaiana com seus ícones, sua vida urbana e acontecimentos marcantes.
Neste particular, louve-se o trabalho do pesquisador na busca e investigação
dos fatos que construíram nossa vida comum, difundindo os fatos históricos e
levantando dados preciosos.
“Itabaiana em fatos e fotos” terá, sem dúvidas, uma
receptividade positiva na sociedade itabaianense, onde o tema mais fascinante é
nossa própria realidade, como não poderia deixar de ser. Em sua vertente
histórica, no registro de épocas passadas da sua terra, Romualdo Palhano
encerra seus estudos com particular competência, desenvolvendo e escrevendo um
resumo do que fomos, honrando nossas mais fortes tradições culturais,
reconhecendo como valor expressivo o que vem da realidade que nos circunda,
demonstrando o valor das vozes e dos aspectos urbanos do nosso passado, através
de sua honesta, mas rígida formação acadêmica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário