terça-feira, 8 de abril de 2014



Romualdo Palhano é um dos mais persistentes e criativos artistas itabaianenses de minha geração. Construiu uma obra extensa – quatro livros infantis, três de poesias, uma coletânea de obras sobre teatro e algumas sobre sua terra natal, sendo esta a última de uma trilogia que começou com “O teatro na terra de Zé da Luz”, continuou com “Eu e a Rainha do Vale” e fecha sua narrativa sobre a cidade que o acolheu quando garoto, apresentando “Itabaiana em fatos e fotos”.
Dedicado ao teatro e à literatura, Romualdo Palhano é ainda professor universitário no Amapá, responsável pela ascensão da arte cênica naquele estado brasileiro nos últimos tempos.
Romualdo geralmente escreve movido por um telúrico desejo e orgulho de mostrar de onde veio e porque foi forjado dessa forma, ao receber as influências de tantos artistas da terra do poeta Zé da Luz.
 Neste livro ele destaca a atitude provinciana de colecionar retratos antigos, ao lado de uma prosa saudosa e ao mesmo tempo histórica. Servindo-se desse recurso, das fotografias, o autor consegue mostrar uma obra ao mesmo tempo intimista e urbana, incluindo aspectos de sua vida entre os caracteres ambientais e vivenciais de uma cidade que ficou no passado, entretanto, ainda supostamente viva ou supostamente morta, dependendo do olhar de quem a vê.
O livro se realiza também no plano histórico, na medida em que focaliza Itabaiana com seus ícones, sua vida urbana e acontecimentos marcantes. Neste particular, louve-se o trabalho do pesquisador na busca e investigação dos fatos que construíram nossa vida comum, difundindo os fatos históricos e levantando dados preciosos.
“Itabaiana em fatos e fotos” terá, sem dúvidas, uma receptividade positiva na sociedade itabaianense, onde o tema mais fascinante é nossa própria realidade, como não poderia deixar de ser. Em sua vertente histórica, no registro de épocas passadas da sua terra, Romualdo Palhano encerra seus estudos com particular competência, desenvolvendo e escrevendo um resumo do que fomos, honrando nossas mais fortes tradições culturais, reconhecendo como valor expressivo o que vem da realidade que nos circunda, demonstrando o valor das vozes e dos aspectos urbanos do nosso passado, através de sua honesta, mas rígida formação acadêmica.


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