O Arquivo Afonso Pereira está comemorando 16 anos que foi instalado na Praça João XXIII, em Jaguaribe, João Pessoa. Nesses anos todos, sou seu vizinho. De minha casa, observo os movimentos daquela casa de cultura dedicada à memória do Professor Afonso Pereira, intelectual que participou ativamente de movimentos educativos, científicos e culturais na Paraíba do Norte.
Lá estão armazenadas fotografias, documentos e informações outras que registram as atividades do patrono, guardados e conservados pela sua esposa. A biblioteca tem cerca de quatro mil livros, mas ninguém lê! Nesses anos todos, poucas vezes vi alguém visitando o arquivo. Eu mesmo só entrei uma vez nas salas bem conservadas e muitíssimo organizadas do arquivo. Lá tem um auditório para palestras e eventos. Só raramente alguns intelectuais, amigos do Patrono, se reúnem para lançamento de livro ou outro evento.
Na parede frontal do Arquivo, um artista pintou símbolos musicais e caricaturas de músicos jovens aprendizes, indicando que aquela casa de cultura recebia a juventude para estudos e manifestações artísticas. Parece um Ponto de Cultura, na fachada. Mas, falta vida, não tem atividades artísticas e educacionais para a comunidade. Parece-nos um clube fechado, de certa forma contrariando os ideais do patrono, professor Afonso Pereira da Silva, que nas palavras de Antônio de Pádua Lima Montenegro, “sempre se devotou e buscou a concretização do ideal de que é preciso educar para libertar. Por isso, ele se tornou um bandeirante, um guerreiro da educação, impregnado da saudável obstinação de promover o desenvolvimento e lutar pela redenção de muitos conterrâneos”.
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